Parece mentira, mas passou quase que despercebido o aniversário de 100 anos de nascimento do filósofo romeno Emil Cioran (1911-1995) no Brasil. Entendo que sua obra é quase desconhecida no país, não há traduções esparsas que a introduzissem, como uma totalidade, na inteligentsia nacional, mas, ao menos, saiu uma coletânea de pesquisadores e docentes universitários para celebrar a efeméride.
Trata-se do volume, publicado pela Sulina, de Porto Alegre, e organizado pelo Prof. Deyve Redyson, da Universidade Federal da Paraíba, em uma iniciativa louvável. Cioran é um continuador contemporâneo da obra metafísica de Schopenhauer e de Nietzsche, mais contundente e radical ainda, eu diria, em uma sociedade de bestialidade e autoajuda, de perda de sentido, de individualismo exacerbado e de males avassaladores como a depressão, escreve não por autoterapia, mas para se manter vivo e apaziguar seus demônios.
Trágico, fez de sua existência um testemunho vivo do inferno que pode ser a vida, com obras que, em Português, foram traduzidas como "Do inconveniente de se ter nascido" ou "Nos altos (ou cumes) do desespero".
Vale a pena conferir!
Abraço a todos!