terça-feira, 27 de novembro de 2018

BERTOLUCCI PER SEMPRE!

Não comentei nada neste blog quando o cineasta italiano Vittorio Taviani faleceu em abril. No entanto, ontem, desapareceu o grande cineasta Bernardo Bertolucci, aos 77 anos, um artista politizado e obsessivo contra o fascismo.  Bertolucci foi velado na Câmara Municipal de Roma hoje, dia 27 de novembro de 2018. Ontem e hoje, revi dois de seus filmes: "Novecentos", de 1976, e "O céu que nos protege", de 1990. Também aprecio "O último tango em Paris", de 1972; "La luna", de 1979; "O último imperador", de 1987 (que arrebatou nove prêmios Oscar); "O pequeno Buda", de 1993; "Beleza roubada", de 1996; e "Os sonhadores", de 2003. Há outros filmes que compõem a cinematografia de Bertolucci, mas não tive a sorte de assisti-los. Quem sabe, nos próximos meses, algumas mostras e festivais de seus primeiros filmes sejam ofertados ao público em geral e aos cinéfilos.
De todos esses longas, o que mais me toca, particularmente, e voltou a me perturbar quando o reassisti, é "O céu que nos protege" (The Sheltering Sky), uma produção ítalo-britânica, com John Malkovich e Debra Winger, apresentando locações no Marrocos,  que se iniciam em Tânger, passam pelo Deserto do Saara, chegam a um povoado de tuaregues (não são árabes, são tribos que pertencem ao povo bérbere. São conhecidos como imuagues, expressão que significa "homens livres") e retornam a Tânger na cena final. O roteiro foi concebido por Bertolucci e Mark Peploe, a partir do livro homônimo de Paul Bowles (1910-1999), escritor que passou quase toda a sua vida em Tânger, tendo lançado seu livro em 1949, no pós-guerra.
Ainda não finalizei o elenco de fatores que torna o filme "O céu que nos protege" especial para mim. Há a trilha sonora que é fascinante, produzida por Ryuichi Sakamoto, e temas de Richard Horowitz. Esse compositor já havia lançado em 1987 um trabalho em que propõe uma dialética interessante entre a música ocidental e a oriental. O título do álbum é "Desert Equations". Basta procurar no You Tube para conferi-lo.
Como minha área de estudo sempre foi a Estética (da Filosofia), não poderia deixar de comentar aqui o que captei do projeto estético de Bertolucci para esse filme. A fotografia é magnífica; a luz que se derrama sobre os enquadramentos é de emocionar, notadamente, inspirada em obras de arte do período romântico do século XVIII.
O casal constituído por Malkovich e Winger desembarca com uma terceira pessoa em Tânger. Vê-se muitos baús, caixas e maletas do trio de viajantes. Na cena de chegada, há uma conversa muito interessante sobre a diferença entre um turista e um viajante. O casal autointitula-se 'viajante', aquele que viaja e pode, simplesmente, nunca mais regressar à sua casa. O turista é aquele que mal chega ao seu destino e já aguarda o regresso à sua casa. Na verdade, o filme desvela uma viagem sem volta [tentando evitar um spoiler!].
A construção da estética do filme passa pela contemplação de obras de alguns artistas, que também pintaram o viajar, o deparar-se com uma nova realidade e a representação da fruição desencadeada no observador. Várias das cenas do filme, não obstante ocorridas no deserto, lembraram-me a obra de Caspar David Friedrich (1774-1840). Suas telas estão em uma sala especial na Kunsthalle, de Hamburgo. Estive lá três vezes, ao longo dos últimos anos, para rever a obra do pintor alemão. A mais conhecida, muito associada às caminhadas que Nietzsche fazia nas montanhas próximas ao lago Sils, na Suíça, intitula-se "O viajante sobre o mar de névoa", de 1818. A seguir, 
deixo uma foto de um postal, que carrego comigo como marcador de livro. É esta a tela de Friedrich a que me referi:



A paleta de cores do filme, trabalhada por Vittorio Storaro, também remete-nos à luz das telas de William Turner, que se encontram em uma sala da Tate Modern, em Londres, conhecida como Turner Collection.
Enfim, minha homenagem ao cineasta Bernardo Bertolucci é modesta, mas pletórica de reflexão e de conexões com a arte, com a matéria-prima do viajar, com a dialética da liberdade/confinamento, a que a protagonista se permite,  com o exercício de alteridade, com a desertificação das relações humanas e, sobretudo, com o problema da transitoriedade da vida.
Convido vocês, meus leitores, a procurarem em DVD ou no You Tube o filme perturbador "O Céu que nos protege", que, a rigor, não é um manto protetor, mas pode, sim, sufocar.
Abaixo, uma foto de uma cena, em que a protagonista se envolve com o líder dos tuaregues e viaja com ele sobre um dromedário:


                                         (Fonte: You Tube)









segunda-feira, 10 de setembro de 2018

UMA DÉCADA SEM DAVID FOSTER WALLACE


                                      
Se alguém me perguntasse que escritor estadunidense marcou a minha geração [e minha vida de leitora], sem pestanejar, eu responderia: David F. Wallace. Foi ensaísta, contista e docente da disciplina de Escrita Criativa em Pomona College, Claremont, na Califórnia, onde faleceu.
Sua obra capital, Infinite Jest,  concebida no final dos anos 80 e início dos 90, foi traduzida em Portugal com o título de "A Piada Infinita" e em língua espanhola como "La broma infinita". Esse livro foi um grande sucesso comercial e também junto à crítica especializada. Prefiro o título ambivalente que nosso grande tradutor Caetano W. Galindo, da UFPR, concedeu ao livro de mais de mil páginas, Graça Infinita, uma novela distópica publicada no Brasil, em 2013, pela Companhia das Letras. 
Os estudiosos indicam intertextualidades e costuras de Wallace em Infinite Jest, já escancaradas em seu título:

[...] "Alas, poor Yorick!
I knew him, Horatio: a fellow of infinite jest,
of most excellent fancy:
he halth borne me on his
back a thousand times;
and now  how abhorred
in my imagination it is" [...] 
(Shakespeare. Hamlet, Ato V, Cena I)

A Revista Times elegeu o livro como uma das melhores novelas em língua inglesa desde os anos 20. The Pale king (O rei pálido), de 2011, obra póstuma, foi finalista do Prêmio Pulitzer de Ficção, em 2012. 
Para quem não tem ideia de quem foi David F. Wallace, e da sofrida existência que amargou, na Netflix está disponível o filme "The End of the Tour" ("Fim da Turnê", título em Português), um retrato bem próximo dos problemas enfrentados com a depressão, a solidão e as drogas.

No dia 12 de setembro de 2008, Karen Green, esposa de Wallace, encontrou-o enforcado em casa.

 R.I.P. David

“Há muitas coisas que a boa ficção pode fazer que outras formas de arte não podem. Uma dessas coisas, grandiosa, é poder transpor o muro do ‘eu’, retratar a experiência interna. Construir uma conversa íntima entre duas consciências” (David F. Wallace [21.02.62-12.09.08]).

sábado, 26 de maio de 2018

A ARTE DE ROTHKO MACULADA: VANDALISMO NA ROTHKO CHAPEL

Mais uma vez, uma obra de Mark Rothko é maculada [de origem judaica, nasceu em 1903 na Letônia, à época, império russo. Naturalizado norte-americano, suicidou-se em seu ateliê de NY em 1970].  Em 2012, na Tate Modern, em Londres, a tela de Rothko intitulada 'Black on Maroon', de 1958, foi vandalizada. Li sobre isso nas revistas e reportagens de arte naquele ano. Levou um ano para a tela ser restaurada e reposta na galeria.                                                            
Desta vez - não sei exatamente se o contexto foi o mesmo que na Tate - a 'Rothko Chapel', uma linda capela projetada em uma  área da família Menil, em Houston, no Texas, pensada pelo artista como um santuário, um local de paz e contemplação, composta de 14 pinturas internas, amanheceu com sua parte externa coberta de tinta e panfletos soltos pelo jardim, cujo slogan era: "Não há problema em ser branco". Trata-se de uma demonstração lamentável da supremacia branca (muito preocupante após o ocorrido em agosto de 2017, em Charlottesville, na Virginia), atuando de modo escuso e violento!
  
                                                       

                                                                                  [Fonte: You Tube]

Em que pese todo o sistema de segurança que há na Fundação Menil - que também abriga várias galerias e dois museus dedicados à produção artística de Cy Towmbly (1928-2011) e de Dan Flavin (1933-1996) - Flavin é considerado um minimalista e tive o prazer de conferir uma de suas telas em Milão, Itália, na Igreja Santa Maria Annunciata; ambos os artistas são pouco conhecidos no Brasil -, a  tinta derramada sobre a capela também atingiu o espelho-d'água da fonte, que fica na entrada dela, no centro da qual repousa a escultura 'Broken Obelisk' (Obelisco Quebrado), de Barnett Newman, projetada e realizada entre 1963 e 1969, em memória de Martin Luther King Jr.

Em 1987, a Menil Collection abriu suas portas em Houston com mais de 15 mil peças. Atualmente, ela se encontra fechada para obras de restauração, embora a 'Rothko Chapel' e a fonte com a escultura de Newman já se encontrem reabilitadas e abertas à visitação pública. 


sábado, 5 de maio de 2018

TRIER E O BICENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE KARL MARX

Hoje, 5 de maio, é o dia em que todas as pessoas do mundo, que se preocupam com os rumos do Capitalismo,  celebram os 200 anos de nascimento de Karl Marx. Também gostaria de deixar aqui algumas dicas e imagens, uma homenagem singela, muito distante da reverência (sic) que os chineses destinam ao mentor da luta de classes.
Estive em Tréveris, ou Trier em dezembro de 2017, uma linda cidade alemã com mais de dois mil anos de história. Fundada pelos romanos, Trevéris foi por um período a capital do Império. Há vários sítios arqueólogos na cidade, que merecem uma visita cuidadosa. Tentei conhecer a casa em que Marx nasceu e cresceu, mas ela estava fechada para reformas e somente nesta semana reabriu para o público.
Marx conheceu Friedrich Engels, um jovem elegante e filho de um rico industrial britânico, em Paris no ano de 1844. A ajuda financeira de Engels permitiu que Marx escrevesse O Manifesto Comunista, publicado em 1848. Esta amizade perdurou até a morte de Marx, em Londres, em 1883. Nessa capital, Marx começou a escrever O Capital, em 1867.
Há um filme interessante sobre o período em que Marx é jovem, está casado e não tem condições financeiras de alimentar os filhos que vão chegando. Trata-se de "O jovem Marx", de Raoul Peck (2017). Há algumas críticas sobre esse longa, que, todavia, não lhe tira o teor pedagógico para quem quer compreender como era a luta de classes no século XIX, a vida miserável do proletariado e a visão dos anarquistas mais respeitados, como Proudhon.

Abaixo, deixarei algumas fotos de Trier e sua linda 'Porta Nigra' (ficou escura assim por conta da ação do tempo), desejando que vocês, leitores, coloquem em seus roteiros pela Alemanha uma visita de dois dias a essa cidade.



quarta-feira, 4 de abril de 2018

50 YEARS WITHOUT LUTHER KING JR. (1929-1968)

                                                     
                                                             
Hoje, é um dia emblemático para os militantes dos direitos humanos, especialmente, para os que sempre lutaram pelos direitos civis dos negros no mundo todo. No dia de hoje, há 50 anos, era assassinado Martin Luther King Jr., um grande líder, que se tornou exemplo para todos nós, independentemente da cor ou da nacionalidade. Abaixo, segue a íntegra do discurso original que ele proferiu em 1963, na escadaria do Lincoln Memorial Washington. Um Prêmio Nobel da Paz lhe foi outorgado no ano subsequente. 
R.I.P., Luther King:

"Five score years ago, a great American, in whose symbolic shadow we stand signed the Emancipation Proclamation. This momentous decree came as a great beacon light of hope to millions of Negro slaves who had been seared in the flames of withering injustice. It came as a joyous daybreak to end the long night of captivity. But one hundred years later, we must face the tragic fact that the Negro is still not free.
One hundred years later, the life of the Negro is still sadly crippled by the manacles of segregation and the chains of discrimination. One hundred years later, the Negro lives on a lonely island of poverty in the midst of a vast ocean of material prosperity. One hundred years later, the Negro is still languishing in the corners of American society and finds himself an exile in his own land.
So we have come here today to dramatize an appalling condition. In a sense we have come to our nation's capital to cash a check. When the architects of our republic wrote the magnificent words of the Constitution and the Declaration of Independence, they were signing a promissory note to which every American was to fall heir.
This note was a promise that all men would be guaranteed the inalienable rights of life, liberty, and the pursuit of happiness. It is obvious today that America has defaulted on this promissory note insofar as her citizens of color are concerned. Instead of honoring this sacred obligation, America has given the Negro people a bad check which has come back marked "insufficient funds." But we refuse to believe that the bank of justice is bankrupt. We refuse to believe that there are insufficient funds in the great vaults of opportunity of this nation.
So we have come to cash this check -- a check that will give us upon demand the riches of freedom and the security of justice. We have also come to this hallowed spot to remind America of the fierce urgency of now. This is no time to engage in the luxury of cooling off or to take the tranquilizing drug of gradualism. Now is the time to rise from the dark and desolate valley of segregation to the sunlit path of racial justice. Now is the time to open the doors of opportunity to all of God's children. Now is the time to lift our nation from the quicksands of racial injustice to the solid rock of brotherhood.
It would be fatal for the nation to overlook the urgency of the moment and to underestimate the determination of the Negro. This sweltering summer of the Negro's legitimate discontent will not pass until there is an invigorating autumn of freedom and equality. Nineteen sixty-three is not an end, but a beginning. Those who hope that the Negro needed to blow off steam and will now be content will have a rude awakening if the nation returns to business as usual. There will be neither rest nor tranquility in America until the Negro is granted his citizenship rights.
The whirlwinds of revolt will continue to shake the foundations of our nation until the bright day of justice emerges. But there is something that I must say to my people who stand on the warm threshold which leads into the palace of justice. In the process of gaining our rightful place we must not be guilty of wrongful deeds. Let us not seek to satisfy our thirst for freedom by drinking from the cup of bitterness and hatred.
We must forever conduct our struggle on the high plane of dignity and discipline. we must not allow our creative protest to degenerate into physical violence. Again and again we must rise to the majestic heights of meeting physical force with soul force.
The marvelous new militancy which has engulfed the Negro community must not lead us to distrust of all white people, for many of our white brothers, as evidenced by their presence here today, have come to realize that their destiny is tied up with our destiny and their freedom is inextricably bound to our freedom.
We cannot walk alone. And as we walk, we must make the pledge that we shall march ahead. We cannot turn back. There are those who are asking the devotees of civil rights, "When will you be satisfied?" we can never be satisfied as long as our bodies, heavy with the fatigue of travel, cannot gain lodging in the motels of the highways and the hotels of the cities. We cannot be satisfied as long as the Negro's basic mobility is from a smaller ghetto to a larger one. We can never be satisfied as long as a Negro in Mississippi cannot vote and a Negro in New York believes he has nothing for which to vote. No, no, we are not satisfied, and we will not be satisfied until justice rolls down like waters and righteousness like a mighty stream.
I am not unmindful that some of you have come here out of great trials and tribulations. Some of you have come fresh from narrow cells. Some of you have come from areas where your quest for freedom left you battered by the storms of persecution and staggered by the winds of police brutality. You have been the veterans of creative suffering. Continue to work with the faith that unearned suffering is redemptive.
Go back to Mississippi, go back to Alabama, go back to Georgia, go back to Louisiana, go back to the slums and ghettos of our northern cities, knowing that somehow this situation can and will be changed. Let us not wallow in the valley of despair. 
I say to you today, my friends, that in spite of the difficulties and frustrations of the moment, I still have a dream. It is a dream deeply rooted in the American dream.
I have a dream that one day this nation will rise up and live out the true meaning of its creed: "We hold these truths to be self-evident: that all men are created equal." 
I have a dream that one day on the red hills of Georgia the sons of former slaves and the sons of former slaveowners will be able to sit down together at a table of brotherhood. 
I have a dream that one day even the state of Mississippi, a desert state, sweltering with the heat of injustice and oppression, will be transformed into an oasis of freedom and justice. 
I have a dream that my four children will one day live in a nation where they will not be judged by the color of their skin but by the content of their character. 
I have a dream today.
I have a dream that one day the state of Alabama, whose governor's lips are presently dripping with the words of interposition and nullification, will be transformed into a situation where little black boys and black girls will be able to join hands with little white boys and white girls and walk together as sisters and brothers. 
I have a dream today. 
I have a dream that one day every valley shall be exalted, every hill and mountain shall be made low, the rough places will be made plain, and the crooked places will be made straight, and the glory of the Lord shall be revealed, and all flesh shall see it together. 
This is our hope. This is the faith with which I return to the South. With this faith we will be able to hew out of the mountain of despair a stone of hope. With this faith we will be able to transform the jangling discords of our nation into a beautiful symphony of brotherhood. With this faith we will be able to work together, to pray together, to struggle together, to go to jail together, to stand up for freedom together, knowing that we will be free one day.
This will be the day when all of God's children will be able to sing with a new meaning, "My country, 'tis of thee, sweet land of liberty, of thee I sing. Land where my fathers died, land of the pilgrim's pride, from every mountainside, let freedom ring." 
And if America is to be a great nation, this must become true. So let freedom ring from the prodigious hilltops of New Hampshire. Let freedom ring from the mighty mountains of New York. Let freedom ring from the heightening Alleghenies of Pennsylvania! 
Let freedom ring from the snowcapped Rockies of Colorado! 
Let freedom ring from the curvaceous peaks of California! 
But not only that; let freedom ring from Stone Mountain of Georgia! 
Let freedom ring from Lookout Mountain of Tennessee! 
Let freedom ring from every hill and every molehill of Mississippi. 
From every mountainside, let freedom ring.
When we let freedom ring, when we let it ring from every village and every hamlet, from every state and every city, we will be able to speed up that day when all of God's children, black men and white men, Jews and Gentiles, Protestants and Catholics, will be able to join hands and sing in the words of the old Negro spiritual, "Free at last! free at last! thank God Almighty, we are free at last!"

(In: KING JR., Martin Luther. Peaceful Warrior. New York: Pocket Books, 1968).

domingo, 11 de fevereiro de 2018

HÉLIO OITICICA E JOSEPH BEUYS, DOIS DOCUMENTÁRIOS DE PESO!!


Estou no Porto, Portugal, há 23 dias. O Porto tem um circuito de cinema alternativo muito interessante e profícuo. Tive a sorte de estar aqui nas comemorações de um ano de reabertura do Cine Trindade, no centro histórico, e poder desfrutar de títulos preciosos. Assisti a um documentário brasileiro, que não consegui conferir no Brasil. Trata-se do filme de César Oiticica Filho (direção e roteiro), irmão de Hélio Oiticica, cujo cartaz encontra-se acima.  O documentário de 94 minutos é de 2012. Arrebatou os prêmios de Melhor Documentário, em 2012, pelo Júri Oficial do Festival do Rio; Prêmio FIPRESCI da Crítica Internacional  do 63. Berlinale, em 2013, e Calgari Film Prize, também em 2013. A Trilha Sonora é de Daniel Ayres e Bruno Buarque; Direção de Fotografia de Felipe Reinheimer. Para quem não sabe quem foi Hélio Oiticica, ilustre objeto do documentário acima, foi um artista plástico performático engajado e anarco-carnavalesco. Na década de 60, Hélio já estava adiante de seu tempo ao refletir sobre a anti-arte e o anti-objeto de arte. Inventou as instalações denominadas de "penetráveis" (que propunham novas experiências táctil-sensoriais aos participantes) e, ao subir ao Morro da Mangueira, teve um vislumbre,  concebendo o "parangolé", um tipo de capa que se ajustava ao corpo-suporte, o que denotava uma completa dissolução entre Arte e Homem. Tive o privilégio de poder visitar uma grande retrospectiva dos 30 anos de morte de Hélio Oiticica, no Rio de Janeiro. Lá estavam os "penetráveis", filmes, documentos e objetos. Um ano antes, em 2009, uma parte de suas obras consumiu-se em um incêndio, uma perda irreparável em seu espólio. Na década de 90, eu e minha filha entramos descalças em um "penetrável", ela ainda pré-adolescente, no qual havia pedregulhos, areia e água. Inesquecível experiência em parceria com ela!
Em 1965, ao apresentar passistas da Mangueira vestindo "parangolés, dentro do Museu de Arte Moderna do RJ, Hélio foi expulso.
É aqui que passarei a comentar o segundo documentário a que assisti no Porto, nesta produtiva semana, em função dos pontos de contato entre os dois filmes. Refiro-me ao documentário sobre a obra do artista conceitual e performer Joseph Beuys, o alemão mais polêmico de seu tempo, falecido em 1986. Beuys também fora expulso da Escola de Arte de Düsseldorf, na qual lecionava, o que provocou uma grande confusão entre as centenas de alunos que queriam a sua permanência.

Segue, abaixo, a foto do cartaz do documentário de 2017 (1h e 47 minutos):


A direção é assinada por Andres Veiel e fez parte da competição oficial do 67. Berlinale, em 2017.

Joseph Beuys nasceu em 1921. Eu já possuía interesse por sua obra lá nos anos 90. Visitei uma mostra no Edel Trade Center de Porto Alegre, em 1993, intitulada "Uma ante-sala para Joseph Beuys". Fiquei impressionada com o que vi.  Eu já era professora de Filosofia na universidade, mas não tive uma compreensão profunda de sua proposta. Precisei ver outras obras e ler sobre suas ideias. Depois, vi obras dele em NY e na Europa. Estive em Buenos Aires e conferi uma mostra sobre o grupo Fluxus, no MALBA, do qual Beuys fez parte também. A tudo isso o documentário faz referência superficialmente, porque é a persona Beuys quem interessa ao diretor. Nunca soube que o artista alemão havia participado do Partido Verde na Alemanha e que teria sido candidato a deputado. Sua vida em família foi levemente descortinada neste documentário, sempre tendo como base imagens de arquivos - e algumas constam como inéditas. A depressão que avassalou sua juventude também foi referida. Beuys alistou-se na Luftwaffle e lutou na Guerra da Crimeia. Ele foi acometido de ferimentos na face e na cabeça. Por isso também não se separava de seu chapéu. Pouco vi sobre os processos de criação neste documentário, mas fiquei muito feliz por ter descoberto a faceta humana do polêmico Beuys. Recomendo muito! Está em cartaz!


UM DOS MELHORES CAFÉS DO PORTO

Estive no Café Moustache, no Porto, bem próximo à Praça Carlos Alberto e à Igreja do Carmo. Degustei um capuccino delicioso acompanhado de uma fatia de torta de maçã e canela. O ambiente é agradável e os "habitués" são jovens, em sua maioria.
O atendimento é simpático e ágil. Gastei 4,70 euros. Recomendo!



terça-feira, 16 de janeiro de 2018

PIANI DI BOBBIO: uma estação de esportes de inverno para se divertir!

Estive no sábado pela manhã, dia 13 de janeiro, visitando a estação de esqui Piani di Bobbio, no Norte da Itália, pertinho de onde eu vivo, a mais de 10 km de Lecco e a uns 70km de Milão. Este complexo de esportes de inverno fica no comune de Barzio. Há uma enorme infraestrutura na estação, começando por um ônibus (Bus Navetta), que busca e larga as pessoas em Barzio,  em alguns pontos definidos.
 Um estacionamento amplo também faz parte do complexo, além de uma funivia (funicular), que leva e traz os praticantes de esqui e de snowboard, e visitantes em geral, por 14 euros, ida e volta.




Piani di Bobbio fica a 2 mil metros de altitude. Tem um comércio intenso de roupas térmicas, equipamentos, set para crianças, bar, restaurante, um refúgio e uma igreja. Notei que vários adolescentes e adultos estavam fazendo aulas de esqui com professores credenciados. O complexo abre diariamente a partir das 8h30. No sábado e domingo, às 8h. Para checar detalhes sobre aulas, valores e equipamentos, o site da estação de esqui é: www.pianidibobbio.com



quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

MEMORIAL DA RESISTÊNCIA ALEMÃ CONTRA O NAZISMO

O Memorial da Resistência Alemã (Gedenkstätte Deutscher Widerstand), de Berlim,  foi criado pelo Senado em 1968, dedicando-se à memória e à documentação da resistência alemã ao nazismo.





Não registra apenas o envolvimento de dezenas de oficiais nazistas no atentado contra Hitler na Prússia Oriental, em 1944, conhecido como "Operação Valquíria". Planos para derrubar Hitler já haviam sido realizados desde 1938, antes da guerra. Outras ações civis conjuntas da classe média e de socialistas contra o nazismo ficaram no anonimato durante décadas.

Em 2008, foi inaugurado o "Memorial aos Heróis Silenciosos", no mesmo prédio, no qual 250 alemães, que esconderam judeus, são revelados. Estima-se que 5 mil judeus tenham escapado das deportações para os campos, sendo que 1700 eram residentes em Berlim.

A rua em que esse centro de documentação funciona fica pertinho do Tiergarten. A rua chama-se Stauffenbergstrasse, em alusão ao nome do coronel nazista Claus Graf Schenk von Stauffenberg. Quando ele foi promovido a chefe de pessoal do quartel general em Berlim, pôde se aproximar de outros oficiais que já conspiravam contra o nazismo.





Stauffenberg foi o responsável por deixar uma mala com explosivos sob a mesa em que Hitler se sentaria para coordenar uma reunião. Quatro pessoas das 25 envolvidas morreram. Stauffenberg escapou e voltou para Berlim certo de que Hitler teria sido morto na operação. Ele é mais dois oficiais foram executados no pátio do Bendler Block, ali mesmo, pertinho do memorial. No lugar de sua execução há uma escultura em bronze e uma placa com uma inscrição no chão. Passei duas horas lendo todos os painéis e aprendendo mais sobre o tema. No pátio, emocionei-me com o silêncio do local e com o simbolismo que o conjunto escultórico emana. Recomendo muito esta visita. O memorial fica bem pertinho de uma galeria de arte, a Gemäldegalerie.








CONFERÊNCIA DE WANNSEE: A MANSÃO QUE SE TRANSFORMOU EM MEMORIAL DO HOLOCAUSTO

A meia-hora de Berlim, através da linha 7 da S-Bahn, na localidade de Wannsee, existe uma mansão (já foi a Villa Liebmann, do artista alemão judeu Max Liebmann, vendida para o Reich durante a guerra), à beira do lago homônimo, na qual ocorreu em 10 de janeiro de 1942 uma reunião secreta.








Coordenada por Reinhard Heydrich, Diretor do Gabinete Central de Segurança do Reich, reuniram-se 15 oficiais nazistas, desde ministros de Estado até o comando da SS (Schutztaffel), para tratar e deliberar sobre um tema estratégico para a consecução da ocupação: o destino dos judeus.

Na verdade, a ordem partiu de Hermann Göring, que autorizou Heydrich a planejar e a apresentar um esquema que seria chamado de "solução final da questão judaica". A rigor, os judeus já estavam sendo assassinados desde 1941, mas a preocupação do alto escalão nazista era exterminar um grande número em um tempo menor. O plano arquitetado tinha condições viáveis de pulverizar uma população de 11 milhões.

Era preciso, portanto, cooperação dos vários segmentos do Reich para identificar quem realmente era judeu, para deslocar a população judaica para os campos designados da Polônia e, por fim, garantir o extermínio em massa, que ficaria a cargo da SS.

Uma cópia da ata dessa reunião só foi localizada dentre os documentos confiscados em 1947. Esse protocolo foi essencial para os processos conduzidos pelo Tribunal de Nuremberg, que julgou, sentenciou e matou alguns dos oficiais envolvidos com a brutalidade do regime nazista, nos anos da guerra.

Não posso deixar de revelar que fiquei muito impressionada com a profundidade da mostra permanente desse memorial do Holocausto (Shoah), que é, na verdade, um memorial pela paz entre os homens. Fiquei muito emocionada! Caminhei pelos jardins da mansão, imaginando a experiência funesta de poucos cérebros reunidos para engendrar o mal, a morte e a tragédia humana!


Recomendo a visita a esta Haus der Conference. Há um ônibus defronte à estação de trem que para a uns metros dos portões da mansão. Aprender com a História é banir qualquer experiência de racismo, preconceito e violência de nossas vidas!

Feliz 2018!

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Caravagggio Caravaggio Carcassonne Carl Off Carmina Burana Carnage Casa Daros Casa Rui Barbosa/RJ Caspar D. Friedrich Catânia Caverna de Chauvet Caxias do Sul CCBB DE SP CCBB do RJ CCBB SP Cellos Centenário de nascimento de Charles Bukowski Charles Dickens Charlie Haden check lit Chet Baker China Confúcio Chris Cornell Chris Marker Christian Petzold Cícero cidadania Cidade Maravilhosa cinema cinema alemão independente Cinema e Literatura Cinema em Porto Alegre Cinema: Woody Allen Cintia Moscovich Classicism Claude Miller Claudio Monteverdi. Clichês coleção arqueológica do Palazzo Branciforte Comitê de Ética. Conferência de Wannsee Congresso de Bioética e Bioética Clínica Covid-19 Criolo Cuarón Curitiba Dalí Daniel Auteuil Daniel Day-Lewis Dave Holland David Bowie no MIS/SP David Byrne David Copperfield David Garret de Gabriel Villela De Masi December DEIVID BIZER Denis Kozhukhin. Sala São Paulo. Piano. Der Teppich Desapego Descobrindo a Sicília. desenhos rupestres Design Dez anos sem David Foster Wallace Dia das Mães Dicionário de Ideias feitas Direitos Civis direitos civis dos negros nos EUA direitos humanos Dirty Old Man Discrimination Django livre Duomo de Monreale Duomo de Palermo Duomo de Siracusa Duomo di Catania Dürer Düsseldorf. Edgar Allan Poe Editora Zouk Edmund de Waal Ela Elefante branco eleições Elena Ferrante Elles Emancipation Emanuelle Riva Emmanuelle Riva Eneias e Dido Eneida Engels engenho Era Vitoriana Escamandro. escravidão nos EUA Esperanza Esperanza Spalding Esqui Estatuto Judaico. Ética Ética Aplicada Etna Europa Europas Schande Europe Europe 2014-2015 Evandro Rohden (editor da Kazuá). Ewa Kupiec FAAP Facebook fanfic. Fausto Feira do Livro de POA Feira do Livro de Porto Alegre 2012 Festival de blues do Mississipi Delta Bar Festival de Cannes filme de Paolo Sorrentino Filosofia Filosofia. Firenze. Flaubert Flores Raras Fluxus Fonte de Aretusa Fonte do Elefante François Ozon Frank Shipway Free Jazz Festival Frida Baranek FUNDAÇÃO IBERÊ CAMARGO Funivia. Gál e Elgar Gália Cisalpina. Galleria degli Uffizi Gaza Gazpron Gérard de Nerval Giacomo Cuticchio Gilles Bourdos Godard Goeldi Goethe Goethe-Institut de Poto Alegre GORMLEY Gormley no CCBB do RJ Götterdämmerung Graça Infinita GRAFFITI GRAFFITI EM HOSPITAIS Gravidade Gray Greenpeace Gregório Graziosi Gripe Espanhola grunge Guerra da Secessão Günther Grass Hamlet Hannah Arendt Hans U. Obricht Hard Rockers Harlem Harold Bloom Heidegger Hélio Oiticica Henry Chinaski Henry Gray Hércules Barsotti. Herzog Holland Hopper Houellebecq e O mapa e o território Houston IA Idishkait Igreja argentina Igreja de Santa Lúcia Immanuel Wallerstein imprensa europeia Impressionismo impressionistas Impressionistas na coleção do MASP e Coleção Ludwig de Arte no CCBB/SP Indymedia Infinite Jest Instituto NT. Instituto Tomie Otahke e Fundación Joan Miró ínsubres Isabelle Huppert Itália James Liberato James Wheeler e Eddy "The Chief" jazz Jazz às quintas JazzB Jean Renoir Jean-Louis Trintignant Jennifer Lawrence Joaquim Trier Joaquin Phoenix Joseph Beuys Juan A. Bayona judeidade Juliano Dornelles Juliette Binoche Kandinsky KEN JOHNSON Khao Lak Kleber Mendonça Filho La Valletta Lago de Como Lago São Bernardo Lars von Trier Le Scuderie del Quirinale Lecco Lélia Almeida Leonardo Jochims Licoln Lil Square Lila e Lenu. LILIAN TONE Lincoln Linha do Tempo do Facebook e Diogo Mainardi. Lísias e Caráter. Live Science Livraria Leonardo da Vinci Livrarias cariocas Londres Lore Luc Besson LUCAS ARRUDA Lukás Macbeth Mãe Mãe Coragem e seus filhos Mãe Coragem no 19º Porto Alegre em Cena mal Malcolm-X Malta MAM Manfredo Schmiedt. Mangueira Manifestações no Brasil Marcel Pagnol Marcello Antony MARGS Maria Antonieta Maria João Pires Martin Luther King Jr. Marx MASP Matheus Reckziegel Meditação e Budismo. Meditação. mega tirolesa Melancolia Melhor Atriz Memorial do Holocausto. Mercado de Siracusa Michael Haneke Milão Milão romana Milton Pokorny minas de cobre da CB Minas do Camaquã Miró Miró na Caixa Cultural de SP MIS SP Miss Violence Mississipi dela Blues Festival mitos gregos Monet. Monowitz. Morphosis Mosteiro dei Bennedittini Moustache MUBE Muek mulheres München Museo Santa Giulia Museu Arqueológico Regional Antonio Salinas Museu D' Orsay. Museu da Resistência Alemã Museu da Segunda Guerra Mundial Museu de Arte deo Rio Museu Nacional de Arqueologia Museus do Vaticano Mutter Courage Myanmar. Nação Islã Nápoles Napoli narcotráfico nave-mãe Negro. 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Viagem abissal. poesia Polanski Pomona College Ponte Romana. Porta de Augusto Porta di Castro B&B Porta Pretória Porto Alegre Porto. Praga de Justiniano praia Prêmio Portugal Telecom de Literatura 2013 Press. Prism Prometeu Prometheus Prometheus Unbound pupi Pussy Riot Putin Qinho e música carioca Quattro Canti Que horas ela chega? Obra. Anna Muylaert Quentin Tarantino racismo Rafael Sanzio e os 500 anos de sua morte Raffaelo Rammstein Recife Remanso Renascimento Alemão Renoir restaurantes em Porto Alegre Revolução Francesa Ricardo Vogt Richard Horowitz Rio de Janeiro RJ RJ e SP RJ. cinema e arte Robert Löhr robô. Rodrigo Jaeger Roma Ron Daniels Rothko Chapel RS Rudiney Kopp Rudresh Mahanthappa Russel. Rússia Sabine Azéma Saint John's Cathedral Sala São Paulo Salvador Dalí no CCBB e Ron Muek no MAM Rio Sang-Soo Santo Grão São Francisco de Paula São Paulo São Raimundo Nonato Scarlett Johansson Schopenhauer Schubert Sean Penn. 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