Em 1965, ao apresentar passistas da Mangueira vestindo "parangolés, dentro do Museu de Arte Moderna do RJ, Hélio foi expulso.
É aqui que passarei a comentar o segundo documentário a que assisti no Porto, nesta produtiva semana, em função dos pontos de contato entre os dois filmes. Refiro-me ao documentário sobre a obra do artista conceitual e performer Joseph Beuys, o alemão mais polêmico de seu tempo, falecido em 1986. Beuys também fora expulso da Escola de Arte de Düsseldorf, na qual lecionava, o que provocou uma grande confusão entre as centenas de alunos que queriam a sua permanência.
Segue, abaixo, a foto do cartaz do documentário de 2017 (1h e 47 minutos):
Joseph Beuys nasceu em 1921. Eu já possuía interesse por sua obra lá nos anos 90. Visitei uma mostra no Edel Trade Center de Porto Alegre, em 1993, intitulada "Uma ante-sala para Joseph Beuys". Fiquei impressionada com o que vi. Eu já era professora de Filosofia na universidade, mas não tive uma compreensão profunda de sua proposta. Precisei ver outras obras e ler sobre suas ideias. Depois, vi obras dele em NY e na Europa. Estive em Buenos Aires e conferi uma mostra sobre o grupo Fluxus, no MALBA, do qual Beuys fez parte também. A tudo isso o documentário faz referência superficialmente, porque é a persona Beuys quem interessa ao diretor. Nunca soube que o artista alemão havia participado do Partido Verde na Alemanha e que teria sido candidato a deputado. Sua vida em família foi levemente descortinada neste documentário, sempre tendo como base imagens de arquivos - e algumas constam como inéditas. A depressão que avassalou sua juventude também foi referida. Beuys alistou-se na Luftwaffle e lutou na Guerra da Crimeia. Ele foi acometido de ferimentos na face e na cabeça. Por isso também não se separava de seu chapéu. Pouco vi sobre os processos de criação neste documentário, mas fiquei muito feliz por ter descoberto a faceta humana do polêmico Beuys. Recomendo muito! Está em cartaz!