Ontem fui visitar amigos jovens, que estão morando juntos há pouco tempo. Ele bem novinho, ela uns poucos anos mais velha e com dois empregos, jornada tripla diária. Ele ainda está em formação. Ela já é bacharel e já está no mercado de trabalho. Quando "a pergunta que não morre" veio à baila, "ele está colaborando nos serviços domésticos?", a conversa ficou entrópica! Não sei o que acontece, se se trata de um problema cultural ou mesmo de uma certa deficiência cognitiva do homem (não importa idade ou experiência constitutiva), mas, de um modo geral, os companheiros, maridos, namorados ou ficantes, quando estão em casa com suas amadas, não veem a sujeira, a desorganização e a premência de alguns procedimentos higiênicos a serem tomados. Confesso: é um mistério para mim! A reclamação do mulherio é geral! Todas as minhas amigas reclamam de seus parceiros e raros são os homens que fazem um 'mezzo a mezzo' na limpeza e organização doméstica com suas mulheres. Eu detesto ir ao supermercado, por exemplo, e raras são as vezes em que sou poupada disso. Gosto de lavar louça, roupa, passar a ferro (a vapor, claro!), cuidar da casa, em geral! Não me importo! Nunca reclamei disso, nem quando tinha criança pequena em casa. O problema é ter de cuidar de tudo, referente a duas pessoas, sozinha. A sobrecarga de um só, no ritmo da vida atual, é inaceitável! Algumas relações estarão fadadas ao infortúnio se o trabalho doméstico não for elaborado a dois, discutido a dois, compartilhado a dois e avaliado a dois...
Meu texto no jornal Gazeta do Sul de hoje
Há 2 semanas