Oi, amigos!
Li hoje na WEB e no Face que o Daniel Piza morreu de AVC ontem à noite, em uma cidadezinha do interior de MG, onde passava as festas de final de ano com a família.
Eu o lia desde o início de sua carreira, naqueles anos que era colunista da Folha de São Paulo. Depois, seguiu percurso no Estadão, jornal no qual o meu próprio falecido pai trabalhou durante muitos anos, inclusive no Jornal da Tarde.
Fiquei chocada e triste, pois ele teve um AVC e não se salvou!
Lembro-me de tantas das suas crônicas, de seus comentários inteligentes sobre futebol, mas especialmente da biografia magistral que escreveu de Machado de Assis.
Minhas condolências à família que fica e ao jornalismo brasileiro enlutado, que perdeu um jornalista brilhante e responsável, além de um intelctual de estirpe.
Sou filho de D.Irene, que trabalha para o pai de Daniel, o médico, Dr. Heraldo, há quase 30 anos. Recebi por meio dele, fruto, provavelmente, de algum “bate-papo” em família, um exemplar de “Um Gênio Brasileiro”, que me fora gentilmente ofertado por Daniel, em decorrência de uma conversa rápida e despretensiosa que tive com o doutor, como minha mãe o trata, pela admiração que também partilhava pelo biografado, em conseqüência de tomar conhecimento que um dos seus filhos havia publicado um estudo profundo e atualizado sobre a vida, a época e obra de Machado de Assis, embora, nunca tenha sido eu, um leitor aprofundado da mesma, aliás, a biografia “clareou” em muito, a minha, ainda grande ignorância!!!
ResponderExcluirEmbora não tenha tido a oportunidade conhecê-lo pessoalmente, obtive essa lisonja, contrariamente, minha mãe tinha (e ainda tem) contato próximo com seu pai por razões profissionais e conseqüentemente teve com sua esposa, seus filhos e dentre eles com o então adolescente, que deixava, segundo relato dela, seu violão, após as aulas do instrumento, sob seus cuidados, no consultório da Rua das Rosas para que fosse entregue a seu pai, para ir provavelmente as aulas de inglês ou francês, ela não se lembra exatamente, faz muito tempo, o que faria parte de sua rotina curricular complementar de estudante do Colégio Bandeirantes.
Vi uma entrevista de Daniel, no TV Cronópios, de 02/10/2007, cedida a Edson Cruz com imagens de Pipol, onde ele, em resposta ao entrevistador, situa como sendo desta mesma época, lá pelos seus idos 14 de idade, que tenham ocorrido os “cliques” , como ele assim definiu, que despertariam em definitivo, sua inclinação, para também, e porque não dizer, “tão bem!!!”, escrever, influenciado por Machado, e outros tantos nomes da literatura brasileira e universal dos quais , disse na mesma entrevista, ter “bebido”, e a partir destas degustações formado, “...um determinado corpo de gostos literários...”, no jovem que começaria a escrever contos, e que o desejava fazê-lo como Machado, momento que, em sua modéstia e simplicidade, rindo, timidamente, talvez de si; revela ao entrevistador: “...a chamada utopia; conhece, né????!!!!!”, mas que ainda não sabia que tornar-se-ia jornalista e conhecedor profundo do objeto de sua utopia, a tal ponto de ter sido premiado e aclamado pela empreitada da referida biografia, e acredito que qualquer professor de literatura brasileira, e também de história; porque não???!!!; quando se trata da sociedade brasileira e, particularmente carioca, no final do segundo império em transição para a primeira república, que estejam atentos, devam, utilizar-se de sua obra em sala de aula, pois como Daniel demonstra com clareza de detalhes e documentos, Machado, era um homem do seu tempo, que participava e observava atenta e ativamente tudo o que o rodeava, quaisquer fossem suas esferas.
A personagem protagonista e narradora de Memórias Póstumas de Brás Cubas, usa um aforismo, que todos conhecem, no início do romance em que sentencia: “...esta é a grande vantagem da morte, que, se não deixa boca para rir, também, não deixa olhos para chorar...” o que justifica e orienta o restante da narrativa.
Porém, Brás Cubas é ficção! Uma deliciosa ficção!!!
Daniel Piza, ironicamente, com sua precoce partida contrariou seu mestre, e nos revelou no seu epílogo, a grande desvantagem, e esta, é real...
Deixou muitos olhos para chorar: sua família, seus amigos e admiradores.
Daniel, minha mãe chorou em sua memória!
Descanse em paz!
Celso Silva
Um abraço para ti e Dona Irene, Celso. Muito lindo o teu texto e os teus sentimentos. Gostaria de saber qual é o endereço de teu blog ou página do Facebook. Um abraço fraterno! Rosana
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