Estive pela quarta vez em São Paulo, em 2012, neste final de semana. Não confirmei minha ida aos meus amigos. Minha Sony está avariada; portanto, não tenho fotos para postar. A Bienal de Arte de São Paulo, em sua 30ª edição, fechou suas portas no domingo, dia 8 de dezembro, antes do horário protocolar, por falta de energia elétrica. Estivemos lá entre 11h e 14h. Inclusive, almoçamos no Restaurante Gi, dentro do complexo. Estive na Bienal de Arte de SP, pela última vez, em 2006. Assim, fiquei sem visitar duas edições, sendo que a última, de 2010, foi extremamente comentada pela imprensa, em função de sua conotação política. Esta 30ª edição teve como tema "A iminência das Poéticas", com a curadoria do venezuelano Luis Pérez-Oramas. O título pareceu-me questionável, porque se as poéticas são iminentes, elas não vingaram ainda. Então, o que havia representado nesta Bienal? Projetos de poéticas? Conversamos, no break para o almoço, com três estudantes que faziam as ações educativas da mostra. Eles me perguntaram o que eu destacaria da visita. Então, respondi-lhes: nada no térreo. No segundo andar, adorei a arte sobre papel do argentino Eduardo Stupia, nascido em 1951, cuja obra eu já conhecia de um museu de Buenos Aires. Adorei suas peças "Paisagem" e "Nocturnos", em pastel e lápis, respectivamente. Na sequência, Andreas Eriksson, sueco nascido em 1975, preparou especialmente para a Bienal de SP uma sequência de acrílicas sobre madeira com c-print sobre MDF e gesso. Compôs, então, "Primeira neve no Ibirapuera", de 2012. Muito lindo o conjunto todo em uma única sala, em quatro paredes. Após, fui visitar a sala de nosso carioca, que eu adoro, o Eduardo Berliner, nascido em 1978. O trabalho dele é mítico e animista! Ele joga com o binômio essência/aparência de um modo inovador. Uma das epígrafes de Berliner, na parede, fazia remissão a um trecho de "No caminho de Swan", de Proust, exatamente à página 70, em que uma lenda céltica conta que as almas daqueles que amamos se acham cativas em algum ser inferior, como um animal ou um vegetal. Eduardo Berliner foi o primeiro brasileiro a fazer parte da coleção de um grande e notório colecionador britânico, Charles Saatchi. Isso foi noticiado na imprensa e nas revistas de arte. Berliner faz de seu entorno um forte elemento constitutivo de sua obra pictórica. Por isso, a violência implícita e o grotesco. Adorei também a obra de Odires Mlászho, nascida em SP em 1960, especialmente "Retratos possuídos". Essa artista eu não conhecia ainda. Por fim, as telas em acrílico e óleo da nossa carioca Lúcia Laguna, que eu também adoro. Ela preparou para sua sala da Bienal de Arte uma composição pictórica, dividida em várias telas, que retratavam seu próprio ateliê, as telas comprimidas no espaço de criação, a janela de seu apartamento e a comunidade da Mangueira, a qual Lúcia Laguna enxerga quando está trabalhando. Há uma exuberância de sobreposições de formas, linhas e cores - e cores insólitas, como a púrpura e um tom de marron!!!! Muito lindo, vivo e impactante! Visitei algumas salas de fotografias, mas eu quis fruir a pintura, bem como a arte sobre papel, que, surpreendentemente, retornaram a essa Bienal, sempre tão marcada por instalações, vídeos, performances - o que já me enjoou demasiadamente.
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