Resolvi escrever hoje sobre um compositor de uma música espiritualmente forte, em seus 200 anos de nascimento: Richard Wagner. Não vou aqui reproduzir dados biográficos, nem tampouco traçar a cronologia de suas composições. Reportar-me-ei à ligação que Nietzsche teve com ele. Aos quase 27 anos, Nietzsche conheceu a música de Wagner (a ópera "Tristão e Isolda" foi encenada em 1865, em Munique), que destacou como uma grande contribuição à renovação da cultura germânica e à introdução do 'drama musical' no cenário de uma música erudita que era tão somente instrumental. O filósofo alemão estudara piano desde tenra idade e a música sempre foi-lhe uma fonte de inspiração permanente para o seu pensamento estético, culminando na escritura de "A Origem da Tragédia". Wagner estudava a obra de Schopenhauer, estava envolvido com a área de Estudos Clássicos e também era versado em Filologia. Ele representava todos os interesses intelectuais que poderiam atrair um jovem filósofo, aspirante a uma cátedra. Há muitos textos, desde artigos a teses de doutoramento, que perscrutam os motivos da amizade fulminante entre ambos e também da violenta ruptura que marcou a fase final da vida perturbada de Nietzsche. Sou suspeita para fazer aqui uma abordagem sobre a relevância de suas ideias para a modernidade, uma vez que me identifico com as críticas que o mesmo destinou aos princípios socráticos e à sinalização de tudo o que o pensamento ocidental perdeu com a cisão entre racionalidade e irracionalidade. No dia 24 de agosto, eu e uma grande amiga, a Lucy Demari, iremos ao Theatro Municipal do RJ assistir à ópera "Tristão e Isolda", com a Orquestra Sinfônica da Petrobras, sob a direção musical e regência de Isaac Karabtchevsky. Mais adiante comentarei as minhas impressões.
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