Meus amigos estão ávidos, aguardando o pau que eu vou dar no último longa do Terrence Malick, diretor que aprecio e respeito muito, lançado no Brasil nesta sexta, dia 27 de julho, mas vou iniciar as minhas considerações pelo "Renoir", porque foi o primeiro filme a que assisti na quinta, dia 26 de julho em Porto Alegre, chegada da rodoviária e com mochila nas costas: da estrada para uma das salas do Itaú, sem almoçar, tal a minha tara por cinema! Do Bourdos, assisti apenas a um longa de 2003, o "Inquietudes", nada mais. A rigor, no Brasil só se teve notícia de mais um de sua lavra, o "Depois de partir", de 2008, mas não o conferi. O roteiro de "Renoir" é assinado pelo próprio Bourdos, mais Jacques Renoir, Jérome Tonnerre e Michel Spinosa. Na verdade, o filme não é sobre a vida do pintor impressionista, não trata de seu processo de criação artística, embora ele comente em algumas passagens sobre as suas composições pictóricas (que o aproximaram de Rubens e de mestres italianos, como Tiziano) ao ar livre, capturando luz e cores, não é sobre os amores e modelos de Renoir e as vendas que o famoso marchand dos impressionistas, Ambroise Vollard, fazia de sua telas, mas, sim, sobre sua relação com os filhos, sua devoção à esposa falecida e, especialmente, sobre a paixão avassaladora que seu filho do meio, Jean Renoir, cultivava pelo cinema. Sou uma grande admiradora da cinematografia desse diretor. "A grande ilusão", de 1937, e "A regra do jogo", de 1939, já os assisti mais de três vezes cada um. O filme mostra Jean barganhando um rolo para projetá-lo em casa, para o pai, sua modelo, as empregadas da família e o filho caçula do pintor, chamado de Coco. O pintor impressionista (Michel Bouquet) é retratado em uma fase difícil por conta da idade avançada e da artrite, que corroía as juntas das mãos e dos pés de Renoir. Há no MASP um de seus nus, que começou a pintar apenas após os 40 anos, sempre com a mesma modelo, Lise Tréhot, que trabalhou para ele até 1872: "As banhistas e o cachorro Grifon", de 1870, à moda de Coubert. O longa de Bourdos também explora seu relacionamento com uma de suas modelos, de pele alva, meio blasé, que se tornou amante de Jean Renoir e, por fim, casaram-se e fizeram cinema juntos. Anos depois, os dois se separaram e a atriz caiu no ostracismo. Jean Renoir tornou-se um diretor aclamado no circuito de cinema internacional. Ambos morreram no mesmo ano, 1979. Para concluir, não se trata de um filme imprescindível, mas ele é belo pela fotografia (assinada por Ping Bin Lee), pela trilha sonora de Alexandre Desplat e pela luz impressionista, que, por si só, transforma algumas cenas em obras de arte!
Uma quase resenha de um crítico invejoso
Há 21 horas
Mas afinal, você gostou do filme? Agora fiquei curiosa. Beijos, Mi
ResponderExcluirwww.recantodami.com
Terminei agora o post, porque recebi visita! Sim, apreciei bastante a luz, a trilha e a fotografia, mas, como comentei acima, não se trata de um grande filme! É uma leitura possível! Filha, descobri agora em minha biblioteca que tu me deste de 51 anos o terceiro livro do Záfon, o final da trilogia. Esqueci-me totalmente disse e o aceitei emprestado de uma amiga. Terminada leitura, achei o exemplar que me deste. Tu te esqueceste disso tb?
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