Geração multitask é a expressão com a qual a imprensa denomina os jovens alunos, secundaristas ou acadêmicos, que passam as aulas com os seus notebooks e netbooks ligados e funcionando, operando inúmeras tarefas, ao mesmo tempo.
De um modo geral, os educadores são a favor de que os alunos mantenham suas máquinas ligadas em sala de aula, enquanto uma atividade se desenvolve. Todavia, isso ainda é algo a ser discutido, porque, embora seus usuários desempenhem tarefas múltiplas, há que se discutir se estão mesmo produzindo conhecimento e correlacionando as informações de modo coerente.
Não faço restrição ao uso de microprocessadores em sala de aula, mas, em dias de avaliação, não admito o uso, em função de que o acesso ao Google seria inevitável e quase que automático. Eu faço um acordo de cavalheiros, nas avaliações, e meus alunos são cumpridores.
O problema é que, em aulas semi-expositivas, em que a participação e a atenção dos alunos é fundamental para o andamento do conteúdo e para que os insights (compreensão súbita de algo) ocorram, a galera está teclando no MSN com amigos, com a página do Orkut minimizada, com o Facebook em outra janela... Isso derruba as teorias de aprendizagem clássicas e me deixa com um certo grau de ansiedade, devo admitir.
Não obstante as posições de vários psicólogos que veem positivamente a nova era de cognições, na medida em que percebem que os jovens raciocinam por hiperlinks, como se estivessem navegando na WEB, o fenômeno não pode ser generalizado para a totalidade de alunos e acadêmicos.
Os que têm dificuldades de aprendizagem, não leem nada além dos textos para as provas e apresentam uma produção textual deficiente não terão condições de evoluir, simulando uma cognição ágil e multifacetada por conta da interação e do acoplamento estrutural com suas máquinas.
Há que se discutir mais o tema, ler os resultados das pesquisas que estão sendo realizadas por centros de excelência e ouvir os educadores a respeito. Para mim, netbooks e notebooks são admissíveis em aulas em que o Google também é convidado. Fora isso, as máquinas podem ser “personas non gratas” em sala de aula!