Geração multitask é a expressão com a qual a imprensa denomina os jovens alunos, secundaristas ou acadêmicos, que passam as aulas com os seus notebooks e netbooks ligados e funcionando, operando inúmeras tarefas, ao mesmo tempo.
De um modo geral, os educadores são a favor de que os alunos mantenham suas máquinas ligadas em sala de aula, enquanto uma atividade se desenvolve. Todavia, isso ainda é algo a ser discutido, porque, embora seus usuários desempenhem tarefas múltiplas, há que se discutir se estão mesmo produzindo conhecimento e correlacionando as informações de modo coerente.
Não faço restrição ao uso de microprocessadores em sala de aula, mas, em dias de avaliação, não admito o uso, em função de que o acesso ao Google seria inevitável e quase que automático. Eu faço um acordo de cavalheiros, nas avaliações, e meus alunos são cumpridores.
O problema é que, em aulas semi-expositivas, em que a participação e a atenção dos alunos é fundamental para o andamento do conteúdo e para que os insights (compreensão súbita de algo) ocorram, a galera está teclando no MSN com amigos, com a página do Orkut minimizada, com o Facebook em outra janela... Isso derruba as teorias de aprendizagem clássicas e me deixa com um certo grau de ansiedade, devo admitir.
Não obstante as posições de vários psicólogos que veem positivamente a nova era de cognições, na medida em que percebem que os jovens raciocinam por hiperlinks, como se estivessem navegando na WEB, o fenômeno não pode ser generalizado para a totalidade de alunos e acadêmicos.
Os que têm dificuldades de aprendizagem, não leem nada além dos textos para as provas e apresentam uma produção textual deficiente não terão condições de evoluir, simulando uma cognição ágil e multifacetada por conta da interação e do acoplamento estrutural com suas máquinas.
Há que se discutir mais o tema, ler os resultados das pesquisas que estão sendo realizadas por centros de excelência e ouvir os educadores a respeito. Para mim, netbooks e notebooks são admissíveis em aulas em que o Google também é convidado. Fora isso, as máquinas podem ser “personas non gratas” em sala de aula!
Isso com certeza é um assunto polêmico e controverso. Me lembro da época da faculdade em que levar note para aula não era tão comum, e quem levava geralmente eram alunos mais riquinhos que não queriam nada com a aula e ficavam a aula toda ou no msn ou jogando jogos. Eram poucos os alunos que realmente levavam o note para estudar. Já na época da Ajuris, posso dizer que 95% dos alunos levavam seus notes, chegava inclusive a faltar tomada para plugar tantos eletrônicos, e desta vez posso dizer que todos os notes em absoluto eram utilizados para anotar as aulas, fazer pesquisa nos códigos online e pesquisar informações relacionadas com as aulas, até pq, quem utilizasse a internet sem fio disponibilizada pela escola, não tinha como acessar sites como orkut, msn, etc pois era bloqueado.
ResponderExcluirCena da tutoria:
ResponderExcluirAluno 1: o nodo sinusal inicia o impulso elétrico no coração...
Aluno 2: esse impulso é em torno de 50 eme ve (mV*)!
Tutor: o que é eme ve?
Aluno 2: não sei, não tinha isso na minha referência!
* mV = milivolt
É mais ou menos assim o uso do google para "construir" o aprendizado nas tutorias... Ele ajuda quem não lê as referências oferecidas para os problemas... a bancar papel de idiota.
Fora isso, o pC é utilizado para o MSN (pq o orkut não é permitido) ou até pra olhar filmes um tanto inapropriados para o local e para a situação..
Grande abraço, Rô!
Muito bom o artigo, que li pelo Diário Regional num primeiro momento, o que me fez visitar teu blog. Abraço.
ResponderExcluirMuito bem expostas as suas colocações, professora. Vê-se que normalmente, o uso da internet em sala de aula acaba se tornando muito mais uma ferramenta de entretenimento (em um local, como se sabe, não muito apropriado para que isto ocorra de forma escancarada), do que propriamente como forma de aprendizado. Essas são as faces ingratas da tecnologia...Abraço, professora...
ResponderExcluirP.S. Estou construindo um blog, e vou personalisando aos poucos. Seria um prazer se a senhora pudesse visitá-lo. O endereço é http://papofuradonews.blogspot.com/. Beijos...