Herbert Moritz Caro foi um grande intelectual e tradutor. Nasceu na Alemanha, viveu em Berlim e de lá fugiu com sua esposa Nina, vindo parar em Porto Alegre, fugidos do nazismo, por conta de sua ascendência judaica.
Quando eu ainda trabalhava no saudoso Instituto Cultural Judaico Marc Chagall, em Porto Alegre, no ano de 1995, tive contato com algumas cartas que Herbert Caro trocou com ilustres personalidades que traduzia. O acervo do Instituto guardava parte de seu espólio.
No dia 1º de janeiro de 1995, o extinto ‘Caderno Mais’, da Folha de São Paulo, publicou uma reportagem escrita por mim, em um suplemento especial, sobre a relação de amizade entre Herbert Caro e Erico Verissimo, ambos tradutores da saudosa Livraria do Globo, nos anos 50, além de um estudo de algumas cartas, que faziam parte do espólio de Caro. A reportagem foi assinada por mim e pela Prof. Márcia Ivana de Lima e Silva, da UFRGS, à época doutoranda na PUC/RS e pesquisadora do Acervo Literário de Erico Verissimo, administrado pela essa instituição.
Também em 1995, a Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre resolveu publicar um livro em homenagem a Herbert Caro, um Caderno Porto & Vírgula, que havia falecido em Porto Alegre em 1991. Alguns escritores gaúchos, como Moacyr Scliar e Fernando Verissimo, enviaram-me as suas contribuições à publicação.Fui, então, a organizadora de tal volume.
Integrando os estudos publicados e as homenagens, o Museu Judaico, que pertencia ao Instituto Cultural Marc Chagall, inaugurou uma exposição fotodocumental sobre Herbert Caro, em outubro de 1995, intitulada “Um berlinense em Porto Alegre”.
Já em 2006, por ocasião da efeméride do centenário de nascimento de Herbert Caro, o Instituto Goethe organizou um colóquio em suas dependências. Os anais das comunicações e depoimentos estão compilados na Revista Contingentia, de maio de 2007.
Amanhã, dia 23, todos os que leram alguma tradução de Caro, como os livros de Thomas Mann ou de Elias Canetti, lembrar-se-ão de seus 20 anos de falecimento de câncer em Porto Alegre. Que viva para sempre na memória dos gaúchos que o acolheram e que suas traduções sejam eternizadas por seus novos leitores.
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