Semana de boas notícias na literatura brasileira! Fiquei contente com a notícia de que a escritora gaúcha - e minha amiga pessoal-, Cintia Moscovich, de Porto Alegre, arrebatou mais um prêmio literário, o Prêmio Portugal Telecom de Literatura 2013, na categoria contos (50 mil reais). Na categoria poesia (50 mil reais), venceu o interessante poeta carioca, que eu aprecio bastante, Eucanaã Ferraz, que esteve em POA neste ano, no FestPoa. Fui ouvi-lo e junto a ele estava o meu adorado Antonio Cícero. Na categoria romance, José Luiz Passos, escritor pernambucano, foi agraciado com o grande prêmio, por seu romance "O sonâmbulo amador" (100 mil reais). A vez é dos pernambucanos, não tenho dúvidas! Após ter assistido ao magnífico longa, do diretor pernambucano Cléber Mendonça Filho, "O som ao redor" (2012), não tenho dúvidas de que algo significativo está rolando no Nordeste, especialmente no Pernambuco! Este ano foi um ano de efemérides, para aqueles que amam a Literatura! Há 30 anos, suicidou-se no Rio de Janeiro a poeta Ana Cristina César (29.10.83). Eu já a lia desde seu início de carreira e ontem mesmo encomendei o livro "Poética" (Companhia das Letras), com seus quatro livros publicados em vida e muitos poemas esparsos e inéditos, selecionados pelo poeta e amigo pessoal, Armando Freitas Filho. No dia 9 de novembro, foram os 60 anos de morte do poeta galês Dylan Thomas, cujos poemas também leio há muito tempo! Eu estava a preparar um artigo sobre a obra mais espiritualista de Aldous Huxley, mas não consegui terminar a tempo de publicar nos 50 anos de morte do mesmo, em 22 de novembro. Por fim, ontem, 4 de dezembro, os alemães letrados comemoraram os 70 anos de morte de Stefan George, poeta que inovou a poesia germânica. Escrevi sobre ele neste blog em junho deste ano. Deixo a vocês um de meus poemas prediletos da lavra de Ana Cristina César:
Tu queres sono: despede-te dos ruídos
Tu queres sono: despe-te dos ruídos, e
dos restos do dia, tira da tua boca
o punhal e o trânsito, sombras de
teus gritos, e roupas, choros, cordas e
também as faces que assomam sobre a
tua sonora forma de dar, e os outros corpos
que se deitam e se pisam, e as moscas
que sobrevoam o cadáver do teu pai, e a dor (não ouças)
que se prepara para carpir tua vigília, e os cantos que
esqueceram teus braços e tantos movimentos
que perdem teus silêncios, o os ventos altos
que não dormem, que te olham da janela
e em tua porta penetram como loucos
pois nada te abandona nem tu ao sono.
dos restos do dia, tira da tua boca
o punhal e o trânsito, sombras de
teus gritos, e roupas, choros, cordas e
também as faces que assomam sobre a
tua sonora forma de dar, e os outros corpos
que se deitam e se pisam, e as moscas
que sobrevoam o cadáver do teu pai, e a dor (não ouças)
que se prepara para carpir tua vigília, e os cantos que
esqueceram teus braços e tantos movimentos
que perdem teus silêncios, o os ventos altos
que não dormem, que te olham da janela
e em tua porta penetram como loucos
pois nada te abandona nem tu ao sono.
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