Encerrando meus comentários sobre o que visitei em Palermo, de 1º a 6 de fevereiro de 2016, eu não poderia deixar de comentar as duas coleções que conferi no Palazzo Branciforte. A seguir, as fotos:
Através de escavações arqueológicas, sabe-se que figuras de madeira eram manipuladas no Egito. Na Europa, o teatro mecânico apareceu no século XVI e era denominado de "retablo", muito difundido na Espanha, aludido até pelas obras de Cervantes. Na Itália, os títeres movidos a fios são chamados de "fantoccini" ou "fantoccio". O mais famoso deles é Pinocchio. Em Palermo, há uma coleção expressiva de títeres (pupi) intitulada Giacomo Cuticchio, que o Banco da Sicília comprou; tornou-se patrimônio da humanidade, decretado pela UNESCO e está sob a guarida do Palazzo Branciforte, que também foi danificado nos bombardeios da Segunda Guerra, mas, após sua recuperação, vale a pena ser visitado. Há uma lojinha no museu, guias e um lindo restaurante com um cardápio delicioso a preços adequados para o turista. Almocei lá e não me esquecerei mais dele.
A segunda coleção que visitei no Palazzo Branciforte foi a de artefatos funerários, escavados nos Anos 70 e comprados pelo Banco da Sicília, constituindo uma importante coleção arqueológica. São peças em cerâmica e terracota, uma parte pequena dos fenícios e, depois, dos coríntios, que fundaram Ortígia, ilha pertencente a Siracusa, no século VII a. C. Aí vão algumas fotos:
Por fim, visitei o Palazzo Abatellis, especialmente, para visitar a galeria na qual está exposto o famoso mural do século XV, de um anônimo, não restaurado, e bem desbotado na verdade, mas belo. É uma tela que expressa o imaginário sobre a morte nesse século e seu título é "O Triunfo da Morte". Eu a descobri assistindo ao filme de Win Wenders, "Palermo Shooting" (2008). Resolvi depois viajar à Sicília.
A seguir, o mural na íntegra e abaixo, um detalhe. A terceira foto é da área interna do palazzo, que abriga também uma coleção de arte de pintura, escultura e arte decorativa, da Sicília, entre os séculos XII ao XVII.
Faltou uma referência a um ponto clássico da capital para quem visita Palermo, que é a confluência das avenidas Maqueda e a Vittorio Emmanuelle. Lá está uma magnífica obra do século XVII, o chamado "Quattro Canti". Em cada esquina, há uma fonte, uma santa padroeira da cidade e um monarca. As santas são: Ágata, Oliva, Ninfa e Lúcia. Santa Rosalia é a santa padroeira popular, que teria protegido a capital siciliana da peste. Não está representada nos "Quattro Canti". Esta obra arquitetônica é também conhecida por "Octágono do Sol".