No primeiro dia de chegada a Palermo, eu dormi 12h. Acho que fiquei meio preocupada com a mala perdida, algo que nunca havia me acontecido antes em 20 anos de viagens ao Velho Mundo. Minha mala foi encontrada e ligaram-me para o BeB no qual eu estava. Foi assim que conheci o Camillo, uma rica criatura, um siciliano apaixonado por Palermo, que faz transfer e sabe muito de História. O funcionário do BeB o chamou para me levar ao aeroporto de Palermo e fazer o resgate de minha mala. Isso na terça pela manhã, dia 2 de fevereiro, após eu ter dormido demais. O Camillo não apenas me levou ao aero, mas me acompanhou, trouxe-me de volta para a cidade e mostrou-me alguns pontos turísticos, aos quais retornei à tarde. Vou postar as fotos e comentar cada lugar, um a um. Acho que assim fica mais interessante para quem está acompanhando o relato. Vamos lá:
As três primeiras fotos são do Museu Arqueológico Regional Antonio Salinas, abrigado em um prédio do século XVI, como quase todos os "pallazzi" de Palermo são, que guarda antiguidades fenícias e greco-romanas, doadas pela Universidade de Palermo. O prédio foi muito danificado com os bombardeios da Segunda Guerra Mundial. Vocês sabem que os italianos/sicilianos faziam parte do Eixo. Os aliados bombardearam Palermo e várias outras cidades sicilianas e invadiram a ilha em 1943, na operação intitulada Husky. Isso foi fundamental para a Itália sair do Eixo e da Guerra, o que enfraqueceu sobremaneira o exército nazista. Não encontrei nada sobre a Segunda Guerra em Palermo. Sequer uma mostra fotográfica sobre os 70 anos do final da guerra, que, afinal, foram comemorados em 2015. Fiquei triste por isso e as pessoas com as quais conversei, inclusive o Camillo, não sabem o motivo de não existir nada sobre o tema.
As outras fotos subsequentes são do gigantesco e lindo Teatro Massimo, uma casa de óperas e concertos, a terceira da Europa, ficando atrás apenas do prédio da Ópera de Viena, na qual assisti a duas óperas em 2015, e depois da Ópera de Paris. O cartaz da foto é da ópera a que assisti dois dias após a minha visita de dia ao prédio. Assisti à terceira parte da trilogia de Wagner, O anel dos Nibelungos, intitulada 'Götterdämmerung', algo como o Crepúsculo/Decadência dos Deuses. A penúltima foto é da galeria na qual me sentei. O ingresso custou quase 70 euros com as taxas de conveniência. Troquei o vaucher pelo ticket na entrada. O prédio foi inaugurado em grande estilo numa noite de 1897. A ópera encenada foi 'Falstaff', de Verdi. Conta a lenda que o Rei Umberto, monarca que reinava na Sicília à época, chegou de carruagem para o espetáculo de inauguração. Ficou embevecido com o prédio, em estilo normando misturado a colunatas clássicas, e exclamou: - Magnífico, mas ele é demais para "eles" (os burgueses palermitanos! Hahahaha!). O rei retirou-se e parece que deixou a todos perplexos. No intervalo da ópera, após os dois primeiros atos, desci até o elegante bar e vi casais e jovens palermitanos conversando e rindo entusiasmados. Não estava muito frio! Vesti-me bem para ir à ópera! A última foto, mesmo noturna, revela as escadarias do Teatro Massimo. Fiz a foto no intervalo para um querido amigo cinéfilo e afilhado, o Fernando Oliveira, pois foi nesta locação que a cena final do terceiro filme de 'O Poderoso Chefão', do Coppola, foi produzida.
Aguardem a Parte 4. Ciao! Un baccio!
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