segunda-feira, 27 de novembro de 2017

AOSTA: a francesinha da Itália!

Capital da Região Autônoma do Vale d'Aosta, a cidade de Aosta é de origem celta, fica no Noroeste da Itália, quase fronteira com a França e a Suíça,  e possui atualmente 130 mil habitantes. Passei três dias lá com uma amiga que adoro, a Jana Previdi, e pude desvendar alguns sítios arqueológicos da cidade em sua companhia. Abaixo, seguem algumas fotos da rua romana, da ponte romana, do teatro romano e do Arco de Augusto, nesta ordem:





Os salássios, uma das muitas tribos celtas, dominou o Noroeste da Itália até o domínio romano. Em 25 a.C., Aosta foi fundada com o nome de Augusta Praetorium Salassorum, sob os auspícios do imperador Augusto (63 a.C - 14). A seguir, uma foto da Porta Pretória e da Cinta Muraria:



Aosta fica a 2h de Milão de carro. De trem, quase três horas e meia porque há duas baldeações, em Chivasso e Ivrea. As passagens de trem custam 38 euros, ida e volta. Recomendo uma visita de três dias porque há uma estação de esqui próxima e várias possibilidades de passeios nas cidades francesas e suíças fronteiriças.


domingo, 12 de novembro de 2017

BRÉSCIA E SEU IMPORTANTE SEGMENTO ARQUEOLÓGICO ROMANO

Bréscia, chamada de Brixia pelos romanos, foi uma cidade que floresceu sob os auspícios do Imperador Augusto. Existe na cidade um "santuário republicano", do século I a.C., que apresenta um tipo único de pintura romana no Norte da Itália. O Capitolium localizava-se no centro desse santuário e, logo à direita, o teatro romano.
Seguem, abaixo, algumas fotos deste segmento arqueológico, ao ar livre,  de Bréscia:




Os dois sítios são administrados pelo Comune de Bréscia ligados ao Complexo de San Salvatore-Santa Giulia, um antigo mosteiro da ordem beneditina feminina, mandado construir na época dos lombardos (séculos VI e VII), no qual, além dos sítios arqueológicos romanos em seu subsolo, apresenta uma preciosa coleção de peças e afrescos longobardos.
O mosteiro foi remodelado e nele passou a funcionar um museu há 40 anos atrás. Encontra-se em seu acervo uma escultura em bronze, quase completa, denominada de "Vitória Alada". Fui a esse museu para ver essa escultura, mas encontrei muito mais e saí deslumbrada de lá. O museu fica bem próximo ao Capitolium e em sua entrada lê-se que o mesmo tornou-se patrimônio cultural da humanidade, proclamado pela UNESCO, em 2011.



Vitória Alada, escavada no santuário romano.
A área arqueológica, escavada no subsolo do antigo mosteiro, é linda e expressiva. São duas casas romanas (domus), admiravelmente revestidas de mosaicos,  e uma parte do calçamento da rua:





O ingresso para o museu custa 10/5,50 Euros. O passaporte para o museu e a área arqueológica externa custa 15/10 Euros. Esta visita é imperdível para quem vai a Bréscia, na Lombardia.

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Milão: o bairro de Brera (parte 2)

Apaixonei-me por Milão, definitivamente, quando caminhei por Brera. Cheguei pela estação férrea Porta Garibaldi. Esta porta é uma das seis portas  que protegiam a cidadela  medieval (chamada de Porta Comasina, porque indicava a direção de Como). Passou a ser chamada de Porta Garibaldi, exaltando o herói, após a Unificação Italiana. Abaixo, fotos:



Caminhando pela Corso Como, segui até o bairro de Brera. Passei por uma feira de rua e alcancei os bares, cafés, antiquários e galerias de arte. Almocei por lá um ravioli à bolonhesa. Logo após, entrei na Pinacoteca de Brera, aberta ao público em 1809. O prédio era dos jesuítas, transformado em uma pinacoteca, no primeiro andar, para guardar uma coleção de arte muito expressiva. A mentora desse espaço foi Maria Teresa da Áustria. Napoleão, quando conquistou a capital de Reino da Itália, desarticulou uma série de funcionalidades em Milão e mandou destruir igrejas, mosteiros e conventos. A pinacoteca, pois, passou a abrigar o acervo desprezado pela era napoleônica e às belas obras sacras juntaram-se muitas outras, especialmente, telas das escolas  veneziana  e lombarda. No pátio interno do prédio, no qual também funciona a Academia de Belas Artes de Milão  (fui espiar os alunos nas salas de aulas), bem no centro, encontra-se o próprio Napoleão em bronze, representando "Marte Pacificador", obra do grande artista italiano Antonio Canova. Vejam as fotos abaixo:


A seguir, algumas fotos de obras renomadas, que estão na Pinacoteca de Brera. O ingresso custa 10 euros e, no meu ponto de vista, é imperdível para quem visita Milão e se interessa por História, Arte e Cultura!
"A descoberta do corpo de São Marcos", de Tintoretto.

"Fiumana", de Pelizza da Volpedo.


domingo, 5 de novembro de 2017

Milão, uma cidade para encher os olhos (parte 1)!

Estou há um mês na Itália, solicitando a cidadania por descendência. Como me encontro a 72km de Milão, já estive duas vezes na cidade para programas culturais.
Milão foi capital do Império Romano de 395 a 402, por sete anos. Poucos sabem disso. Seu nome antigo era "Mediolano", batizado por uma tribo de celtas, que se estabeleceu na região da Lombardia, denominada de Gália Cisalpina (Gália além dos Alpes). Em 222 a.C., sob o comando de um militar romano chamado Marco Marcelo, os "ínsubres", designação desse grupo celta, foram derrotados em Clastídio, hoje Casteggio. A cidade de Como, no Lago de Como, fazia parte da Insúbria. Encontrei lá um centro de estudos ínsubres. A seguir, postarei algumas fotos resultantes de minhas leituras e caminhadas pela bela cidade de Milão:

Duomo de Milão. Na próxima semana, comprarei meu ticket para visitar a área arqueológica da catedral


Estas ruínas são de uma igreja paleocristã dos séculos V e VI, Igreja de San Giovanni in Conca (depressão geográfica). A cripta está aberta à visitação.




Basílica de San Genaro, também com uma rica área arqueológica. Trata-se de um complexo monumental que se inicia numa quadra e termina na outra, bem próxima à universidade.



Capelinha de ossos dentro da instituição de São Bernardino dalle Osse.

Área interna da Universita degli studi di Milano (Ciências Humanas e Sociais)
O belo frontispício da Universita degli studi di Milano (Ciências Humanas e Sociais)




quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Pistoia, cidade cultural da Itália em 2017!

Estive em Pistoia no final de semana de 20 a 23 de outubro de 2017. Cidade toscana, de quase 90 mil habitantes, fica a 30 minutos de trem de Florença. Fiquei hospedada no ótimo apartamento da Chiara, pelo Airbnb, num quarto privativo com banheiro compartilhado. A 50 metros da estação de trem e a 300 metros do centro histórico de Pistoia, pude aproveitar para passear em Florença no sábado, em Pistoia no domingo.
De origem romana, alguns comentam que Pistoia possa ter sido etrusca, como Fiesole, que fica a 20 minutos de Florença de ônibus. A esplanada do centro histórico é constituído pela Catedral de São Zeno (século X), do batistério, do Palazzo Comunalle, onde funciona a administração da cidade. Há outras igrejas, museus e
uma atração interessante para os brasileiros e aficcionados pela Segunda Grande Guerra: é o cemitério da FEB, no qual os corpos de 463 soldados brasileiros, mortos em combate, ficaram enterrados até a década de 60. Depois, foram removidos e trasladados para o memorial da Praia do Flamengo, no RJ. Há uma linda escultura no setor brasileiro, do cemitério de Pistoia, assinada por Olavo Martins, discípulo de Oscar Niemayer. A seguir, posto duas fotos do centro histórico de Pistoia. Vale a pena visitá-la.


terça-feira, 10 de outubro de 2017

Vivendo no Norte da Itália!

Oi, pessoal! Estou há quase uma semana no comune de Pasturo, Província de Lecco, a 72km de Milão. Demos entrada no nosso processo de solicitação da cidadania italiana por aqui. É um povoado de apenas dois mil habitantes, no meio rural, rodeado de montanhas e de gado pastando.
Duas meninas brasileiras dividem a mesma casa comigo, Lenita e Heidiany.  Muito legal a vida comunitária, as compras no mercado, a degustação de vinhos e queijos locais, sem falar no desfile de habilidades culinárias.

Abaixo, algumas fotos de nossa vida por aqui e do povoado de Pasturo:









segunda-feira, 29 de maio de 2017

20 YEARS WITHOUT JEFF BUCKLEY (20 ANOS DA MORTE DE BUCKLEY)!

Acordei-me hoje, pensando na perda do guitarrista Chris Cornell, mais uma vez, ocorrida tragicamente na quarta-feira, 18 de maio. Eu estava na Europa e fiquei sabendo rapidamente da notícia pelo Instagram, antes de meus amigos músicos aqui no Brasil. Muito triste o episódio, que envolveu dependência química, depressão e uso abusivo de fármacos. Depois de Lennon e Bowie, mais um de meus ídolos deixou de existir - e Cornell ainda tinha muito o que nos legar. Lembrei-me que hoje faz exatos 20 anos que o jovem e talentoso músico estadunidense Jeff Buckley foi-se, após um banho de rio, num afluente do Mississipi. Sou apreciadora tardia de sua música. Ouvi somente algumas canções em 2012, pelas mãos de uma ex-aluna da universidade, que era apaixonada pela sua voz e pela qualidade poética de suas composições. Depois disso, fui procurar seu álbum "Grace", que é espetacular e sigo o ouvindo nesses cinco anos. Sua voz traz uma dimensão atávica, pois seu pai fora também músico e intérprete. A qualidade poética de suas letras não condiz com a pouca idade que tinha até sua morte; suas letras são extemporâneas. Ouçam especialmente as canções do álbum que o consagrou, "Grace". R.I.P, Jeff and Chris! Até mais!





terça-feira, 14 de março de 2017

LA VALLETTA: EM HOMENAGEM AO "AZURE WINDOW" (DESAPARECIDO)!

Estive em La Valletta em fevereiro de 2016. Faz, portanto, 13 meses. Acabei não fazendo uma postagem sobre o meu passeio na capital da República de Malta. Na terça passada, dia 7 de março de 2017, uma notícia triste correu o mundo: aquele lindo portão de pedra (Azure Window) sobre o mar, que serviu de locação para vários filmes, inclusive para a série Games of Thrones, sofreu um colapso e caiu. Eu não estive em Gozo, ilha na qual estava a Azure Window (as outras ilhas do arquipélago são desabitadas por conta de armamentos bélicos remanescentes da Segunda Guerra Mundial, que ainda jazem por lá). Abaixo, a Azure Window (Google):


Em função disso, resolvi escrever sobre La Valletta. Fiz um bate-e-volta, saindo de manhã bem cedo da Catânia (Sicília) em um voo de apenas 28 minutos à capital da península de Malta. Retornei à Catânia em um voo às 20h. Portanto, permaneci em La Valletta exatamente 12 horas, o suficiente para conhecer o mais relevante, historicamente.

No século XVI, os Cavaleiros de São João de Jerusalém (também conhecidos como Cavaleiros da Ordem de Malta) instalaram-se na ilha. Continuavam em guerra com os otomanos, que, em 1565, atacaram Malta. Esse episódio é chamado de "O Cerco de Malta", que resultou na derrocada dos turcos otomanos com os valiosos reforços vindos da Sicília. Os cavaleiros fixaram-se, então, em um pequeno porto natural, que mais tarde passou a se chamar La Valletta.

Abaixo, algumas fotos do centro histórico de La Valletta:

Há quatro pontos turísticos imperdíveis em La Valletta: o Museu Nacional de Arqueologia (na Republic Street, bem na rua principal); o Museu da Segunda Guerra Mundial (ao final da Republic Street); um grande sino de bronze, na cidade histórica, inaugurado em 2015, por ocasião dos 70 anos do final da Segunda Guerra Mundial, em homenagem aos militares que morreram lutando; e, por fim, a indicação mais importante: a Saint John's Cathedral (denominada de "co-catedral")! Simplesmente de tirar o fôlego!
O museu arqueológico é fundamental para compreendermos o solo primitivo do arquipélago, que apresenta monumentos megalíticos e muitos artefatos pré-históricos conservados. Vejam as fotos:
O Museu da Segunda Guerra Mundial foi muito instrutivo para mim, que estava à procura de informações mais precisas sobre a 'Operação Husky', em 1943, que invadiu a Sicília e resultou na retirada da Itália do Eixo, na Segunda Guerra Mundial. Isso enfraqueceu o III Reich, na sequência. Abaixo, apresento algumas fotos feitas dentro das salas do museu, instalado no antigo Fort Saint Elmo:
Por fim, a Catedral de São João (Saint John's Cathedral) e suas capelas construídas pelos Cavaleiros de Malta com ouro e muitas pedras preciosas. Fui até a catedral especialmente para ver duas telas de Caravaggio, que viveu por um curto período em La Valletta, antes de morrer. São elas: "A decapitação de São João Baptista" (um mural de 1608), em imagem do Google, uma vez que fotos eram proibidas na sala especial em que se encontrava. 
E a tela, em menor dimensão, denominada "São Jerônimo Penitente" (1606). A seguir, a reprodução da tela pelo Google:
Para se ter uma ideia da suntuiosidade e riqueza da catedral, vejam as fotos a seguir:

Visitem La Valletta! É um passeio cultural maravilhoso! A capital é patrimônio mundial da UNESCO. Deixou de ser colônia britânica há pouco mais de 40 anos. Assim, todos falam a língua inglesa por lá. Até a próxima!

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