Mais uma vez, uma obra de Mark Rothko é maculada [de origem judaica, nasceu em 1903 na Letônia, à época, império russo. Naturalizado norte-americano, suicidou-se em seu ateliê de NY em 1970]. Em 2012, na Tate Modern, em Londres, a tela de Rothko intitulada 'Black on Maroon', de 1958, foi vandalizada. Li sobre isso nas revistas e reportagens de arte naquele ano. Levou um ano para a tela ser restaurada e reposta na galeria.
Desta vez - não sei exatamente se o contexto foi o mesmo que na Tate - a 'Rothko Chapel', uma linda capela projetada em uma área da família Menil, em Houston, no Texas, pensada pelo artista como um santuário, um local de paz e contemplação, composta de 14 pinturas internas, amanheceu com sua parte externa coberta de tinta e panfletos soltos pelo jardim, cujo slogan era: "Não há problema em ser branco". Trata-se de uma demonstração lamentável da supremacia branca (muito preocupante após o ocorrido em agosto de 2017, em Charlottesville, na Virginia), atuando de modo escuso e violento!
[Fonte: You Tube]
Em que pese todo o sistema de segurança que há na Fundação Menil - que também abriga várias galerias e dois museus dedicados à produção artística de Cy Towmbly (1928-2011) e de Dan Flavin (1933-1996) - Flavin é considerado um minimalista e tive o prazer de conferir uma de suas telas em Milão, Itália, na Igreja Santa Maria Annunciata; ambos os artistas são pouco conhecidos no Brasil -, a tinta derramada sobre a capela também atingiu o espelho-d'água da fonte, que fica na entrada dela, no centro da qual repousa a escultura 'Broken Obelisk' (Obelisco Quebrado), de Barnett Newman, projetada e realizada entre 1963 e 1969, em memória de Martin Luther King Jr.
Em 1987, a Menil Collection abriu suas portas em Houston com mais de 15 mil peças. Atualmente, ela se encontra fechada para obras de restauração, embora a 'Rothko Chapel' e a fonte com a escultura de Newman já se encontrem reabilitadas e abertas à visitação pública.
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