Desde o início da campanha eleitoral de Dilma Rousseff, já havia no ar uma dúvida de parte da imprensa e dos próprios partidários: presidenta ou presidente? Em uma matéria da Folha de São Paulo, do mês de agosto, a polêmica instaurou-se, quando uma jornalista (Ana Flor), referindo-se à palavra presidenta, alegou que é uma “(...) alteração do gênero da palavra, que na ortografia não tem versão feminina (...)” – o grifo é meu!
Depois disso, foram muitos os comentários à reportagem citada. Primeiro porque a mesma tinha um tom meio reacionário; segundo, porque não é na ortografia que encontraremos uma regra para verificar se um vocábulo varia em gênero. Se a palavra presidenta não existisse, seria, talvez, um erro semântico, mas não de ordem ortográfica.
Acompanhando pela TV a posse de Dilma Rousseff à presidência da República Federativa do Brasil, fiquei emocionada em dois momentos distintos! Primeiro porque ela exortou a memória, em seus dois discursos, daqueles que tombaram durante a ditadura militar no Brasil. Em um segundo momento, bem pontual, foi quando a presidenta foi convidada a passar a tropa em revista, como comandante-em-chefe.
Nunca, no Brasil, até então, uma mulher esteve na condição de comandante-em-chefe, o que demarca novos tempos e uma nova era neste início da segunda década do século XXI. Ademais, fiquei contando o número de agentes mulheres da PF, o número de ministras empossadas e o número de convidadas internacionais. Vi, pela TV, o abraço trocado entre Dilma e a Secretária de Estado do Governo Obama, Hillary Clinton. Não vi, nem sei se veio à posse, a presidenta da Costa Rica, eleita em 2010, Laura Chinchilla. Não vi e sei que não esteve à posse, ausência plenamente justificada, Cristina Kirchner, presidenta da Argentina.
O governo da presidenta Dilma Rousseff alimentará, futuramente, estudos de natureza antropológica, psicossocial e política, dentre outros, por algumas gerações, sem falar nas versões cinematográficas que virão! Dessas, poupem-nos, ao menos as mulheres!
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