Estive em Porto Alegre neste finde, novamente. Fui de carro com uma grande amiga, parceira de viagens: a Jana Previdi. Carro zero, confortável, música de peso e papo inesgotável! Chegamos em Porto Alegre por volta das 14h e fomos direto para o óbvio: o Mercado Público! Filas, como sempre, no Seninha e nos dois Japescas. Acabamos subindo para o Sayuri. Pedimos uma porção de sushi Filadélfia, meu preferido, e uma Yaksoba de camarão. Para os vegetarianos e veganos, eu menos radical, a Jana, muito radical, Porto Alegre oferece algumas opções de qualidade! Adoro a comida do Mantra, do Súpren e do Ocidente, nesta ordem de preferência. Ontem, domingo, ao meio-dia, acabamos almoçando no "Al Nur", que também disponibiliza em seu cardápio uma rodada de comida árabe "sem carne"! Portanto, boa pedida para quem é vegetariano! Na tarde de sábado, fomos à Feira do Livro e a uma exposição no MARGS. Tomamos um café com amigos e fomos todos, por volta das 19h30, para uma casa de "tapas" espanhóis, na Rua Castro Alves, 422. O bar de 'tapas' é o Lola, uma casa com um ambiente agradável e decoração temática. Pedimos uma "sangria" típica e uma bandeja de "tapas", como pastinhas, pães, camarões ao molho e bolinhos de bacalhau. Estava muito legal o papo, a companhia dos amigos e a vibe! Estavam conosco amigos queridos, como a Marília Ramos, docente de Sociologia da UFRGS, e o Airton Mueller, doutorando nessa área na Universidade Livre de Berlim, passando férias no Brasil. Na madrugada de domingo, estivemos no nosso pub cativo, o Dirty Old Man. A Jana pediu um coquetel tipicamente italiano, uma bebida que associa Aperol e vinho frisante. Interessante o sabor cítrico! Pena que o Zé Eckert não pôde estar conosco! Ele seria mais um historiador no grupo! Em contrapartida, apareceu para me rever minha ex-aluna, a Nândria Oliveira, natural de Rio Pardo, bacharel em Comunicação Social pela UNISC, vivente de Porto Alegre. Desde março não nos víamos pessoalmente e esse encontro já estava prometido há meses! No domingo à tarde, antes de voltarmos para Santa Cruz do Sul, fomos ao Parcão dar uma caminhada e, após, seguimos para o Instituto NT, nos altos da Marquês do Pombal, para quem ainda não o conhece. A Jana ainda não o visitara e apreciou o point. Escolhemos assistir ao filme franco-germânico-filipino "Captive" (2012), com direção de Brillante Mendoza (com a extraordinária Isabelle Huppert, que eu amo, no elenco!), que narra uma história real, ocorrida nas Filipinas, em 2001, meses antes dos atentados nos EUA, protagonizados por Bin Laden. Um grupo de missionários e turistas é sequestrado por uma milícia muçulmana ligada àquele terrorista. Ao longo do filme, muitas contradições revelam-se - a dicotomia entre cristãos e muçulmanos, entre os militares do governo filipino e as milícias antagônicas entre si -, além de um problema imperioso, que nos reporta à Antígona: a urgência de um enterro de uma vítima cristã sob os auspícios de devotos de Allah. O filme foi exibido no Berlinale de 2012 e vale a pena ser conferido! Por hoje é isso, amigos e leitores! Namaste!
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
SOBRE A AMIZADE: "AMICUS ANIMAE DIMIDIUM" (AGOSTINHO, NAS "CONFISSÕES", 4, CAP. 6)
A tradução da citação do título é "Um amigo é metade da alma". Inicio a semana, dia 22 de outubro de 2012, sob o novo horário de verão, com sono e cansada: trabalhei bastante no micro, li um pouco e fui ao ensaio dos meninos da banda "Flores de Saturno", grupo de novos amigos com quem tocarei, fazendo uma participação especial, na noite de sexta, dia 26, no Pub Sunset. Resolvi escrever sobre a amizade, especialmente, aos meus amigos, porque eles, realmente, merecem uma singela homenagem de minha parte. Estou em uma fase difícil de minha vida. Hoje, faz um ano que me separei e ainda não superei o sofrimento que esse tipo de experiência implica. Não tenho estado bem de saúde e justamente na semana que passou tive um quadro de hipertensão. Em decorrência disso, minha imunidade baixou. Destaco aqui a dedicação da Tania Fleig, do Nataniel Piva e do Maurício Grassel; a atenção do Samuel Machado e do Evandro Rohden (virtual, de SP); a companhia da Ana Claúdia Waechter, da Lilian Pilger, da Camila Deufel, do Leonardo Oliveira e do Taisson Machado, seja no bilhar, no estúdio ou mesmo aqui em casa, tocando um violão e cantando. Amigos são o nosso "princípio de realidade", usando uma categoria freudiana; ajudam-nos a nos confortar nos momentos tristes, fazem algumas mediações importantes entre os nossos juízos e os fatos em si; ponderam a nossa revolta, quando nos sentimos prejudicados por uma situação pontual; trazem luz às lembranças obscuras; e, sobretudo, cada um a seu modo, concede-nos Amor. Aristóteles é um filósofo clássico, que abordou o fenômeno da amizade. Em sua obra "Ética a Nicômaco", lê-se: (...) "Tais amizades são, de fato, raras, porque são poucos os homens desta estirpe. Além do mais, é preciso tempo e cumplicidade, pois, tal como diz o provérbio, não é possível que duas pessoas se conheçam uma a outra sem antes terem comido juntas a mesma quantidade de sal. Nem se pode reconhecer alguém como amigo antes de cada um ter-se mostrado ao outro digno de amizade e merecedor de confiança. Pessoas que depressa produzem provas (exteriores) de amizade entre si querem ser amigos, mas não podem sê-lo logo. É preciso primeiro que se tornem dignos de amizade e se possa reconhecer neles essa mesma dignidade. O desejo de amizade nasce depressa, mas a amizade não". Para Aristóteles, a amizade verdadeira é fruto da vontade e do hábito e só se constitui entre iguais, ou seja, entre agentes que deliberem racionalmente sobre escolha de um Outro, que possua as mesmas excelências, com quem se estabelecerá uma relação de alteridade. O filósofo não aceita relações desiguais como amizade, quando, por exemplo, há interesses econômicos envolvidos, relações unilaterais em que só um se dedica; o outro, não; ou quando há desigualdades de outras ordens. Enfim, Amizade, para ele, é uma virtude e, portanto, imprescindível para a felicidade humana. Um abraço aos meus antigos amigos, de muitos anos, e aos mais recentes, que se comunicam com frequência, que cantam e tocam violão comigo, que almoçam comigo, que leem poesia comigo, que jantam comigo, que tomam um café comigo todas as semanas, perfazendo rotinas de trocas, de entregas, de acolhimento e de produção de conhecimento. Isso não poderia faltar, na visão aristotélica.
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
ZIZEK, PARALAXE E MEDITAÇÃO
Ontem, foi quarta-feira! Como todas as quartas, almoço com o Samuel Machado (ex-aluno meu de Filosofia, professor de Filosofia no ensino médio privado e lacaniano) no café da Livraria Iluminura, em Santa Cruz do Sul (RS) e, às 16h, tenho sempre encontro de meditação com o Nattaniel Piva, o Natta, meu aluno de Filosofia e mestre de Meditação. É indescritível a minha alegria quando converso durante quase duas horas com o Samu e depois quase uma hora e meia com o Natta. Só aqueles que têm uma vida intelectual ativa e produtiva podem compreender o que esses encontros disseminam na mente, agregam ao conhecimento e o quanto validam a interlocução entre amigos! Hoje, eu e Samu conversamos sobre Hegel, inicialmente, depois sobre a poética de Augusto dos Anjos e, por fim, sobre Lacan - sempre Lacan na saideira! Ele estava com algumas questões irresolutas concernentes à pedagogia política de Hegel. O que mais estudei em minha formação na UFRGS foram as obras de Hegel e Heidegger. Sobre elas, tenho firmeza ao explicar, discutir ou tergiversar. O Samu comentou várias passagens dos "escritos" de Lacan comigo sobre cultura e destacou a distinção entre a psicanálise intensiva e extensiva, que bem compreendi. Em um de seus comentários, compartilhou algumas ideias do filósofo e psicanalista esloveno, Slavoj Zizek (pronuncia-se "Gigek"), profundo conhecedor de Hegel e de Lacan. Peguei na biblioteca da universidade o livro "Arriscar o impossível: conversas com Zizek", publicado há seis anos pela Martins Fontes, em co-autoria com Glyn Daly. Como não conheço esse texto de Zizek, resolvi lê-lo antes do recém-lançado no Brasil, o "Vivendo no fim dos tempos", editado pela Boitempo, com introdução de Emir Sader. O que chamou a minha atenção, e ficou em minha mente durante horas, até o momento de eu conceber este pequeno post que publico agora em meu blog, é sua ideia de 'visão em paralaxe' ("A visão em paralaxe", livro dele lançado no Brasil também pela Boitempo, em 2008. Paralaxe = "deslocamento aparente de um objeto, quando se muda o ponto de observação" - Houaiss). Associei essa percepção de "deslocamento", em consonância com a mudança da posição do observador, à Meditação, que tenho tentado praticar sob a orientação do Nattaniel. Se a consciência só existe na minha ânsia pelo "hic et nunc", apelando para uma visão em paralaxe, meus pensamentos movimentam-se à medida que minha consciência os observa e, igualmente, desloca-se. Observar os pensamentos é a pedra-de-toque da Meditação. Pensar os pensamentos é uma das estratégias da psicanálise. Não estou interessada nos argumentos de Zizek para reabilitar a filosofia do materialismo dialético, tampouco suas remissões às antinomias kantianas. O que me interessou, e será objeto de algumas reflexões até a próxima semana, é se o que ele denomina de "lacuna paraláctica" (uma espécie de "intermezzo, que, no meu entender, se estabeleceria entre os pensamentos e a consciência) pode contribuir para que eu compreenda mais detidamente o processo de meditar, o percurso do afastamento dos pensamentos de nossa consciência e o almejado convívio mais intenso com um silêncio profundo. Fica aqui apenas uma provocação e, mais adiante, voltarei a esse tema. Namaste!
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
A SABEDORIA DO DESAPEGAR-SE!
Minha filha Mirelle ensinou-me um mantra para a liberação do Samsara, há alguns dias atrás. Li comentadores que afirmam que é muito poderoso enunciar as sílabas desse mantra tibetano. Ele tem a capacidade de nos libertar de problemas, lembranças desagradáveis e também de modificar ambientes pesados. OM TARE TUTTARE TURE SVAHA (a pronúncia mais próxima é "om tare tutare ture sorrá"). Há no You Tube alguns links da sonoridade desse mantra. O sentido aproximado de cada sílaba é:
OM: relaciona-se com os sagrados corpo, fala e mente de Tara.
TARE: neste trecho que o sofrimento é liberado.
TUTTARE: elimina todos os medos internos e externos, sejam eles vindos de desilusões ou de karmas.
TURE: esta parte concede todo o sucesso para a liberação da ignorância da natureza do Eu. É ela que mostra a verdadeira cessação do sofrimento.
SVAHA: significa “possa o significado do mantra enraizar-se em minha mente”. Pode ser considerado o “que assim seja”. (Fonte: http://sabedoriauniversal.wordpress.com).
Considero o "apego" como um tipo de exercício que é plasmado pelas ações/reações kármicas. Tenho praticado o contrário, o "desapego", desde sempre, sobretudo com relação à matéria, não apenas compartilhando tudo o que tenho, mas, especialmente, não adquirindo mais que o absolutamente necessário para a minha sobrevivência social e intelectual. O Bhagavad-Gita revela que aquele que abandona o apego egoísta em relação aos resultados de suas ações, segue intocado, como uma flor-de-lótus, que não é atingida pela podridão da lama em que nasce. Desapego é renunciar ao que não é essencial! Cultivar raiva, ódio ou indiferença por alguém é reafirmar o apego. Não compreendo como pessoas que se dizem espíritas, por exemplo, e afirmam compreender a doutrina kardecista, vivem apegadas às benesses que lhe foram concedidas um dia, e delas não se desapegam, mesmo sabedoras de que estão cometendo um equívoco e prejudicando outrem. Segundo o Bhagavad-Gita (cap. 16, verso 10), pessoas assim não têm conhecimento suficiente da impermanência e sentem-se vítimas, devido à ilusão, presas a uma rede de raiva, luxúria e egoísmo. Seres evoluídos e conscientes não tergiversam em fazer renúncias, em desapegar-se. Tenho muito o que aprender ainda - e necessito de mais tempo nesta existência para presenciar a extraordinária magia da mudança e do verdadeiro encontro com a consciência desperta, através da Meditação!
Namaste!
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
A ESCOLHA PELA MUDANÇA: A MEDITAÇÃO!
Sempre ouvi dizer, ao nível do senso comum, que apenas pessoas que teriam acesso a um nível de conhecimento muito elevado apresentariam condições de fazer uma escolha pela Meditação. No entanto, não é o que eu tenho aprendido com o meu Mestre: eu até posso promover mudanças em minha visão e atitude, e é o que eu tenho feito, mas a Meditação não é parte de um plano, decorrente do uso legítimo de minha racionalidade. Simplesmente, sem saber explicar a partir de inferências, fui-me aproximando da prática. Do Budismo, eu já estava próxima há muitos anos, até o final de 2008, quando cancelei minha participação em um 'vipasana'! Estou resgatando o que ficou para trás, há quase quatro anos, em uma busca incessante de compreender o que está por detrás dos pensamentos - e de meu sofrimento - e o que é possível utilizar, como técnicas, para alcançar esse 'estado'! Estive mergulhada em momentos de tristeza e de desesperança (o Samsara!!), de outubro de 2011 a junho de 2012, de ordem pessoal. A prática da Meditação, orientada e acompanhada por um Mestre, associada à formação filosófica, tem-me aberto novas perspectivas de entendimento de minha própria vida e de meu entorno, sem falar na serenidade e na alegria, que esses estados têm-me proporcionado. Eu prometi a meu Mestre que, tão logo eu tenha uma forte e paradigmática vivência de Meditação, eu alterarei na página de meu Facebook a autodenominação de "agnóstica" para "espiritualista", como ele já vem sinalizando há semanas! Namaste!
terça-feira, 2 de outubro de 2012
O CÍCERO VIRÁ!
Deu certo a campanha para trazermos o Cícero a Porto Alegre! É a segunda vez que faço parte de uma campanha dessas, desde o início, e tem sido uma ferramenta de marketing poderoso! Iremos todos ao apartamento do Cícero para saborear um café; o meu, com adoçante, nada de açúcar! Voilá! Que coisa boa, amigos! No dia 11 de novembro, estaremos juntos novamente, a mesma turma que foi para o show do Criolo comigo, agora incluindo o Stéfano Demari e sua namorada parisiense, mais o meu querido Eduu Mandelli! Já divulguei o show no Opinião em minha página do Facebook e neste blog. Espero que o Cícero também encontre o meu post e, como o Criolo, faça um comentário. Como eu sigo a página pessoal do Cícero, desde o verão, no Facebook, ele deve ler o que eu posto!
Depois da perda do Autran Dourado no sábado e do Hobsbawn hoje, uma boa notícia alenta-me o coração! Boa semana a todos!
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