No final de semana que passou, estive em Porto Alegre para uma maratona de filmes. Não havia mostra de cinema, tampouco festival. Eu decidi não assistir aos longas em pré-estreia e conferir aqueles que já estavam há meses em cartaz e que eu havia perdido, por força de morar a duas horas da capital. O "No" era o primeiro de minha lista, uma vez que tive um grande amigo chileno no início dos Anos 80, em Porto Alegre, intercambista da UFRGS, que me contava os horrores que ocorriam em Santiago naqueles duros tempos. Ainda nessa época, um amigo de minha irmã, também chileno, que estudava em Porto Alegre, contou-nos os 'miúdos' sobre o atentado contra Pinochet (de parte do FPMR - Frente Patriótico Manuel Rodríguez), na estrada do Cajón del Maipo, a quase 50 km de Santiago, em setembro de 1986, que matou cinco pessoas ligadas à guarda pessoal do general e feriu outras. Estive por lá em 2004, para fotografar o 'monumento aos mortos', erguido na localidade e conversar com os nativos da região. Nos dois primeiros filmes assistidos (o primeiro está em cartaz no Espaço NT de Porto Alegre), fiz uma dobradinha entre o de teor político, de 2012, o "No", de Pablo Larrain, e o segundo que considerei um dramalhão, baseado em uma história real, "O Impossível", de 2012 também, produção espanhola com direção de Juan Antonio Bayona. Vou comentar mais detidamente o filme franco-chileno "No", pelo episódio emblemático para a América do Sul que ele resgata, a não menos sangrenta ditadura militar de Pinochet. O "no", a que o título se refere, diz respeito ao plebiscito convocado em todo o país, por forte pressão internacional, em outubro de 1988. Um dos mentores da campanha pelo 'no', na TV, que teria de durar os mesmos 15 minutos, a que o partido que sustentava o Governo de Pinochet também tinha direito, é o ator mexicano Gael García Bernaz, cujo personagem vive as pressões, as tensões e as contradições do processo instaurado em todo o país pela manutenção ou não do governo militar, nos meses que antecederam o plebiscito. No filme, vê-se os homens da terrível DINA atuando, o equivalente ao DOI-CODI no Brasil, durante o regime militar. Dois anos após a campanha pelo 'no', que alcançou quase 56% entre a população chilena, finalmente, Pinochet entrega o cargo a seu sucessor. O filme inclui imagens de arquivo e vale a pena ser assistido pela história política do Chile e pelo tipo de mobilização que houve à época, que sensibilizou diversos segmentos da cultura e da arte, além da intelligentsia do país.
O segundo longa, de produção espanhola, do diretor Bayona, é um dos filmes da safra que retrata o tsunami, que atingiu violentamente parte do litoral asiático em 26 de dezembro de 2004 (Tailânda, Maldivas, Malásia, Sri Lanka e, especialmente, a Indonésia), matando mais de 200 mil pessoas. O longa é inspirado em uma história real de uma família, que passaria as festas de final de ano em um resort à beira-mar em Khao Lak, uma das praias mais atingidas pela onda mortal, situada na província de Phang Nga, na Tailândia. A famosa praia de Koh Phi Phi teve 700 mortos, o maior número, no mesmo litoral, e até hoje a população nativa faz rituais para apaziguar os espíritos dessas vítimas. É isso! Se forem assisti-lo, levem um pacote de lenços de papel. Obrigada pela atenção, amigos e simpatizantes!
O segundo longa, de produção espanhola, do diretor Bayona, é um dos filmes da safra que retrata o tsunami, que atingiu violentamente parte do litoral asiático em 26 de dezembro de 2004 (Tailânda, Maldivas, Malásia, Sri Lanka e, especialmente, a Indonésia), matando mais de 200 mil pessoas. O longa é inspirado em uma história real de uma família, que passaria as festas de final de ano em um resort à beira-mar em Khao Lak, uma das praias mais atingidas pela onda mortal, situada na província de Phang Nga, na Tailândia. A famosa praia de Koh Phi Phi teve 700 mortos, o maior número, no mesmo litoral, e até hoje a população nativa faz rituais para apaziguar os espíritos dessas vítimas. É isso! Se forem assisti-lo, levem um pacote de lenços de papel. Obrigada pela atenção, amigos e simpatizantes!
Fiquei com mta vontade de ver O impossível.. em pensar que o Jr estava lá poucos meses antes dá um nervoso..
ResponderExcluirBjs, Mi
www.recantodami.com
Que eu saiba, o Júnior esteve lá depois, quando o conhecemos. Não é isso?
ResponderExcluirO Jr esteve na Thailândia em out de 2004, se não me engano. Um pouco antes do tsunami. Depois em 2007 ele foi de novo. Bjs
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