Oi, amigos e leitores! Fui a São Paulo novamente no finde de 24 a 26 de outubro. Tive dois compromissos pessoais e nas noites de sexta e sábado assisti a quatro filmes, dois deles na programação da 37ª Mostra Internacional de Cinema de SP, sendo a primeira vez a que vou a esse festival (já estive no Berlinale, em Berlim, em fevereiro de 2011). Antes de comentar os filmes de SP, tenho de contar que assisti em Porto Alegre, no dia 14 de outubro, ao último longa de Marco Bellocchio, "A bela que dorme". O filme trata de eutanásia, a partir de um caso real, ocorrido em 2009, em que uma família recebeu a autorização da Justiça para desligar os aparelhos de uma jovem que há 17 anos vivia em estado vegetativo irreversível, após um acidente de carro. O Senado italiano estava prestes a votar uma lei que proibia a eutanásia, quando a família recebeu a decisão positiva da corte. O longa desvela os desmandos e pressões dos bastidores da política, os conflitos de ordem bioética que a religião impõe às pessoas e outros problemas implicados quando se vive um caso assim. Retornando a SP, assisti a dois filmes, no âmbito da mostra competitiva: um coreano, "Ansiedade" (2012), de Min Hwan-Ki, que discutia a relação de uma pequena cooperativa independente de jovens estilistas com o mercado (metade do público da sala de exibição se retirou do filme!). O segundo filme, "Berlim-7" (2013), produção germânico-iraniana de Ramtin Lavafipour, conta a história de uma família de iraquianos, que deixa Bagdá, em plena Guerra do Iraque, após a perda da mãe/esposa em uma explosão. A vida de refugiados, segregados em abrigos, que vivem na expectativa de receber autorização legal para permanecer no país, é a pedra-de-toque da trama do diretor muçulmano. Muito bom esse filme! Também pude assistir a dois filmes fora da Mostra de SP. O primeiro longa, "Os belos dias", de Marion Vernoux, com a grande atriz francesa da Nouvelle Vague, Fanny Ardant, fazendo uma personagem de 60 anos em um filme fraco. Entediada em seu dia a dia, vive um caso com seu professor de Informática em uma escola para a Terceira Idade, chamada "Os belos dias". O longa inicia-se com um bom ritmo e uma aura de erotismo apropriada a uma sexagenária de classe, mas descamba para a falta de profundidade nas relações interpessoais que as personagens encarnam, sobretudo no que diz respeito à sexualidade de homens e mulheres após os 60 anos. Por fim, assisti a um filme comercial, escolha determinada pela falta de possibilidade de encaixar os horários dos filmes da mostra: o thriller "Os Suspeitos" (Prisoners, 2013), do estreante canadense Denis Villeneuve. Esse nem vou comentar aqui! No campo da arte, fui visitar pela segunda vez (a primeira na Fundação Iberê Camargo em março deste ano, em Porto Alegre) a exposição de William Kentridge, sul-africano de origem, que apresentou mais de 200 obras no espaço da Pinacoteca do Estado de SP. Kentridge é hoje um dos performers mais politizados do planeta, com uma obra diversificada que me lembra o mega artista chinês Ai Weiwei, claro, em menor porte. É isso, galera! Aguardem as próximas postagens e obrigada pela audiência!
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