Alguém nomeou-me de 'professora de Filosofia', mas, não, de filósofa! Não me ofendi com tal enunciado, mas agucei a minha percepção acerca do sentido disso e aprofundei a minha autoavaliação sobre suas implicações na vida intelectual. Ser complicado e ter uma posição complicada diante do mundo e da vida é uma coisa. Descomplicar tudo e, assim, acionar o bordão do saudoso Chacrinha não é apenas pactuar com o "Vim para confundir", mas abrir mão do entendimento profundo da própria existência.
Talvez, a não-compreensão do 'justo meio' aristotélico e da 'moderação', virtude tão cara aos gregos, que lhes avalizava a vida na 'pólis' e viabilizava também a 'eudemonia', tenha me tornado alguém, aparentemente, radical e fria. Se a relativização e a capacidade de autossubestimar a própria percepção das coisas, das relações interpessoais e do processo de constituição de amar/ser amado é condição sine qua non da Filosofia, do 'ser uma verdadeira filósofa', então, não sou mesmo uma filósofa. Sou, no máximo, uma filo-filósofa!
A máxima subsumida na filosofia de Parmênides do 'o que é, é' e 'o que não é, não é' se liquidificaram na sociedade contemporânea, em que o que é pode não ser e o que não é pode ser.
Ver para não acreditar; acreditar e, ainda assim, perscrutar a sutileza do 'pulo do gato'.
Vivendo e aprendendo!
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