No final de semana, fui assistir ao filme “O discurso do rei”, lançamento da última temporada. Com direção de Tom Hooper, o longa apresenta um roteiro original, que lhe rendeu prêmios da indústria cinematográfica, a exemplo daqueles arrebatados, na primeira quinzena de fevereiro, da British Academy of Film and Television on Arts – a BAFTA, que funciona como um indicador para o Oscar, que ocorreu em 27 do mesmo mês.
Já na entrega do Oscar, o mesmo foi laureado com quatro importantes estatuetas: melhor filme, roteiro original, ator e diretor. O prêmio de melhor ator foi justamente levado pelo ator britânico Colin Firth, que já havia levado também o BAFTA de melhor ator em 2010 e em 2011, consecutivamente.
Na pele de um rei inseguro e temeroso, diante da iminência de uma segunda guerra e da ascensão galopante do Nacional Socialismo, George VI assume a vaga de seu irmão Edward, que renuncia ao trono em 1936. Além de suas idiossincrasias e do fato de que substituiria um rei, não por motivo de morte ou de doença severa, ele tinha um agravante: uma gagueira acentuada.
Na busca incansável de tratamento, sua esposa recebe recomendações de um especialista, que, se descobre ao final do filme, nem médico titulado é. Esse especialista, brilhantemente vivido pelo ator australiano Geoffey Rush, passa a tratar diariamente o Rei, frequentando o palácio e tornando-se amigo pessoal de George VI pelo resto da vida.
Não obstante a atuação impecável de Colin Firth e a magnitude do performance de Geoffrey Rush, o longa revela um aspecto muito importante afeito à área da comunicação social, que é o advento da radiodifusão. Os momentos de tensão do filme estão, inexoravelmente, ligados à ansiedade que acomete o Rei, na expectativa de falar na rádio oficial da monarquia britânica, sobretudo no momento em que a Inglaterra entra na Segunda Guerra Mundial.
Parodiando Brecht, que era vivo ainda quando do florescimento da radiodifusão no mundo, “um homem que tem algo para dizer, e não encontra ouvintes, está em má situação. Mas está em pior situação ainda os ouvintes que não encontram quem tenha algo a lhes dizer”.
O Rei George VI histórico tinha o que dizer a seu povo, em uma demonstração de autocontrole, autossuperação e disciplina. Assistam ao filme. Vale a pena!
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