Tenho recordado, a partir do caso ‘Jair Bolsonaro’, dono de um discurso ultraconservador, da Teoria do Consenso, de Jürgen Habermas. Esse importante intelectual alemão, ainda vivo, e remanescente dos círculos da Escola de Frankfurt, que impulsionou inúmeros pensadores de envergadura, defende que haja limites ao uso legítimo da racionalidade. Em outras palavras, em nome da mesma, consolidaram-se experiências totalitárias, que, justamente, legitimaram a dimensão do ‘consenso’, na contramão da pluralidade de vozes da sociedade.
Retomando o ‘caso Bolsonaro’, não bastasse suas últimas manifestações públicas na imprensa, de teor reacionário, ele voltou a criticar na imprensa o Programa Nacional de Direitos Humanos, defendido pela ministra Maria do Rosário, que esteve na UNISC na noite de quinta-feira passada, arrebatando uma multidão, que lá estava para ouvi-la.
O que me preocupa é que, a despeito do desserviço público e da falta de postura e responsabilidade políticas de Jair Bolsonaro, ele foi empoderado na Câmara de Deputados, em Brasília, por uma parcela da população carioca, que se identifica com seu discurso e posicionamento políticos e se sente representada por seus atos. Sim, a mesma população carioca que clamava pelo fim da barbárie do tráfico de drogas nas favelas do RJ e que, justificadamente, apoiaria a agressão a gays na Avenida Paulista, em SP, capitaneada por um discurso do tipo apregoado pelo tal deputado.
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