(Meu blog ultrapassou os 22 mil acessos. Agradeço imensamente aos meus amigos, alunos e ex-alunos, além do público em geral, que também me prestigia!)
Desde a terça-feira, tenho acompanhado as postagens de reportagens de jornais diários da imprensa europeia, especialmente a alemã, procurando compreender a diferença de enfoque de seu jornalismo, em detrimento do nacional. É discrepante o que li ontem, na companhia de meu professor de Alemão, acerca das manifestações ocorridas em algumas capitais brasileiras, na noite de 17 de junho de 2013. Lembro-me de, no ano passado, nas inúmeras vezes em que madrilenhos saíram às ruas, ter lido em algum periódico uma análise que comentava a estranheza que havia em relação ao Brasil - signatário de uma corrupção ativa e passiva emblemática, além de ser o protagonista de uma distribuição de renda drasticamente desigual -, por não mobilizar seus cidadãos a irem às ruas e protestar. A apatia, que sempre observei entre meus alunos universitários jovens, além da falta de informação e de leitura de mais envergadura, parece que começou a se pulverizar! A Deutsch Welle não comentou a questão do aumento das tarifas em sua cobertura. Destacou a brutalidade da Polícia em SP na noite de 17 de junho e questionou as cinco divisões policiais que o Brasil possui, através das corporações das polícias federal, militar, civil, rodoviária federal e estadual, somadas à Força Nacional de Segurança. Isso tem de ser analisado por nossos cientistas sociais e jornalistas de profundidade. O Bild também não comentou o aumento das passagens do transporte público, mas sinalizou com ironia e aspas duplas que a presidente Dilma estaria "orgulhosa" (stolz) com as manifestações. No Der Spiegel, a ira dos manifestantes em relação ao valor dos estádios, e ao possível superfaturamento que os implica, pareceu ser "um bom motivo" para protestarem! O Die Welt enfatizou que as manifestações deram-se contra a má administração pública e o aumento do custo de vida. Sequer deram espaço à questão tarifária do transporte público em SP e RJ. Para terminar, no El País, da Espanha, ressaltou-se o elogio que a presidente Dilma fez à "força" dos manifestantes, com aspas duplas e uma ambiguidade inconteste depositada ali. A imprensa nacional tem de mudar - e radicalmente. Não suportamos mais a parcialidade, o ufanismo e a subserviência de nossos repórteres e jornalistas na cobertura de eventos tão relevantes para a nação brasileira, que consagram a capacidade de articulação da organização civil e sua tomada de posição. Assim, espero que algumas pessoas articuladas, junto aos cidadãos insatisfeitos, construam no país uma rede de "jornalismo da multidão" (Indymedia), aos moldes do que há na Europa, para que os eventos sejam narrados por seus protagonistas, bem longe dos profissionais do mainstream.
Desde a terça-feira, tenho acompanhado as postagens de reportagens de jornais diários da imprensa europeia, especialmente a alemã, procurando compreender a diferença de enfoque de seu jornalismo, em detrimento do nacional. É discrepante o que li ontem, na companhia de meu professor de Alemão, acerca das manifestações ocorridas em algumas capitais brasileiras, na noite de 17 de junho de 2013. Lembro-me de, no ano passado, nas inúmeras vezes em que madrilenhos saíram às ruas, ter lido em algum periódico uma análise que comentava a estranheza que havia em relação ao Brasil - signatário de uma corrupção ativa e passiva emblemática, além de ser o protagonista de uma distribuição de renda drasticamente desigual -, por não mobilizar seus cidadãos a irem às ruas e protestar. A apatia, que sempre observei entre meus alunos universitários jovens, além da falta de informação e de leitura de mais envergadura, parece que começou a se pulverizar! A Deutsch Welle não comentou a questão do aumento das tarifas em sua cobertura. Destacou a brutalidade da Polícia em SP na noite de 17 de junho e questionou as cinco divisões policiais que o Brasil possui, através das corporações das polícias federal, militar, civil, rodoviária federal e estadual, somadas à Força Nacional de Segurança. Isso tem de ser analisado por nossos cientistas sociais e jornalistas de profundidade. O Bild também não comentou o aumento das passagens do transporte público, mas sinalizou com ironia e aspas duplas que a presidente Dilma estaria "orgulhosa" (stolz) com as manifestações. No Der Spiegel, a ira dos manifestantes em relação ao valor dos estádios, e ao possível superfaturamento que os implica, pareceu ser "um bom motivo" para protestarem! O Die Welt enfatizou que as manifestações deram-se contra a má administração pública e o aumento do custo de vida. Sequer deram espaço à questão tarifária do transporte público em SP e RJ. Para terminar, no El País, da Espanha, ressaltou-se o elogio que a presidente Dilma fez à "força" dos manifestantes, com aspas duplas e uma ambiguidade inconteste depositada ali. A imprensa nacional tem de mudar - e radicalmente. Não suportamos mais a parcialidade, o ufanismo e a subserviência de nossos repórteres e jornalistas na cobertura de eventos tão relevantes para a nação brasileira, que consagram a capacidade de articulação da organização civil e sua tomada de posição. Assim, espero que algumas pessoas articuladas, junto aos cidadãos insatisfeitos, construam no país uma rede de "jornalismo da multidão" (Indymedia), aos moldes do que há na Europa, para que os eventos sejam narrados por seus protagonistas, bem longe dos profissionais do mainstream.
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