Na semana passada, acompanhamos pela imprensa que Dom Raymundo D. Assis, arcebispo de Aparecida (SP), foi nomeado cardeal pelo Papa Bento XVI (Benedito, originalmente). A América Latina, portanto, possui um enorme colegiado de “príncipes” nomeados pelo papado, contando com mais de 20 deles.
Além disso, dia 23 de novembro, está sendo lançado um livro na Europa intitulado “Light of the World: the Pope, the Church and the Signs of the Times”, algo como, em tradução para o Português, “Luz do mundo: o Papa, a Igreja e os sinais dos tempos”. Trata-se de um conjunto de entrevistas concedidas pelo Papa Bento XVI a um repórter europeu. Em uma delas, e deu o que falar neste final de semana, o Papa admite que o uso de preservativo pode ser importante na luta contra a disseminação de doenças, como a AIDS, no mundo.
Coincidência ou não, neste final de semana acabei de reler “O príncipe” de Maquiavel, por conta do ofício de docente. Publicado em 1532, que leitura maravilhosa e instigante ela é e quão atual! O cerne da análise de Maquiavel dá-se na tensão entre Fortuna (as circunstâncias, expressas pelas forças pagãs da Sorte e do Acaso) e a Virtù (a racionalidade instrumental, ditada pela necessidade e separada das virtudes que conhecemos através da tradição platônica-cristã).
Durante séculos, Maquiavel foi detratado e, poucas vezes, resgatado e reabilitado no meio erudito. A ideia de que o governante perverso, que não mede as consequências, em detrimento de determinados fins, configurando, com isso, um certo maquiavelismo é falaciosa! Prefiro comungar da posição de Norberto Bobbio, que, ainda no final do século XX, vai afirmar que “O Príncipe” apresenta magistralmente a propriedade específica da atividade política. Assim, difere-se do que é moral e religião.
Ler “O príncipe” de Maquiavel, certamente, é uma aventura diferente de assistir ao filminho do Harry Porter, lançamento em cartaz, que tem arrebatado multidões pelo mundo. Todavia, o empoderamento de suas lições nos dá condições de compreender a nossa própria realidade ideológico-política, com mais consistência, e perceber que há muitos mais ‘príncipes’ por aí governando, algo em que a nossa vã filosofia, raras vezes, é capaz de acreditar.
Hmm... então... Confesso que não conheço a obra citada, "o Príncipe" de Maquiavel, porém lógico conheço a reputação do mesmo, mas não o li!
ResponderExcluirbom, quanto ao PAPA, não vou com a cara dele... e não acredito que ele realmente tenha alguma força quando a representar a palavra Deus. Deus não escolhe porta-vozes. então com livro ou sem... pouco me importa o que ele diz em entrevista...
Agora, quando a preservativo... Bom, ai, é outra história. É no mínimo... estupidez, transar sem camisinha, eu sei que namorados, casados e tal não são adeptos, mas eu sou bem pratico e lógico... Se você não foi traido... Será... faz parte, é instinto... então proteja-se... Sendo católico fervoroso ou não USE, o papa não faz sexo (acho) ele não pode emitir opinião sobre o que não tem!!!
Desculpa o excesso de sinceridade.
OBS: Harry Potter RULES!!!!!