(Alcançando hoje 9 mil acessos aos meus textos do blog!)
"De todos os defeitos de caráter, a meu ver, o pior deles é a avareza ou usura. É o único que, verdadeiramente, me dá nojo!" (Alma Welt)
Lísias, no diálogo homônimo de Platão, comenta, em determinado momento da discussão sobre o amor, que "não se deve prestar favores a quem se ama". Eu já havia lido algo semelhante em outro diálogo platônico, mas, devo admitir, que não conhecia o texto "Lísias", que procurei e encontrei para o Fabiano Felten, que está com sua dissertação de mestrado em andamento e necessitado dessa obra para suas reflexões. Sou uma pessoa de bom coração e generosa, embora cética e agnóstica, mas não aprendi com meus relacionamentos anteriores e não aprendo, não consigo aprender mesmo. Continuo me doando, colaborando, amparando, correndo atrás e não meço esforços para ajudar meus amigos e a quem amo. O problema são as decepções subsequentes de parte dos que não nos valorizam, dos que usurpam o nosso nome, dos que não têm moral conosco, que se lixam para a vida alheia. Fiz 51 anos nesta semana e tive muitas alegrias com os meus verdadeiros amigos, os que estão próximos e os distantes. Laços de amizade e laços de Amor, em meu entendimento, construídos reciprocamente, têm uma representação semelhante a uma casa de joão-de-barro, cuja construção testemunho há três meses no alpendre de minha janela do quarto: o macho e a fêmea, juntos, sempre juntos, trabalham sem cessar, mas é preciso que haja chuva e condições metereológicas favoráveis para que eles possam deslocar terra molhada para o projeto de lar. Um relacionamento desafortunado é aquele de uma só via, unilateral, em que apenas um se doa, um só cultiva, um só cuida e apenas um antevê o futuro. Isso pode ocorrer em relações amorosas e de amizade, porque o Amor é um só e ele encarna entre amigos e entre amantes. A forma de modulá-lo e a produção de linguagem que cada caso exige fica por conta dos agentes envolvidos. Sou uma Amiga, com maiúscula, que fala em Amor e que age com Amor. Nesta semana, ouvi de vários de meus amigos mais antigos que eles me amam. Do mesmo modo, respondi-lhes com a mesma matéria-prima e, mais uma vez, confirmei que também lhes dedico Amor: validação de afetos! Pode parecer piegas este meu texto de hoje; todavia, é preciso que se produza linguagem sobre isso e que ela mesma exorcize as mágoas e decepções que trazemos dentro de nós, para que novas pessoas sejam abençoadas pela nossa existência - única e insubstituível! Nada externo a nós pode nos ajudar, nada externo pode amenizar a violência de nossa tristeza e desesperança, senão o fizermos por nós mesmos, com uma força interna sublime e ancestral. Homo homini lupus, aquele que é o meu Lobo, que é o teu também, quem sabe, que aprenda a ser melhor pessoa, a cultivar amigos verdadeiros e a doar-se também!
"De todos os defeitos de caráter, a meu ver, o pior deles é a avareza ou usura. É o único que, verdadeiramente, me dá nojo!" (Alma Welt)
Lísias, no diálogo homônimo de Platão, comenta, em determinado momento da discussão sobre o amor, que "não se deve prestar favores a quem se ama". Eu já havia lido algo semelhante em outro diálogo platônico, mas, devo admitir, que não conhecia o texto "Lísias", que procurei e encontrei para o Fabiano Felten, que está com sua dissertação de mestrado em andamento e necessitado dessa obra para suas reflexões. Sou uma pessoa de bom coração e generosa, embora cética e agnóstica, mas não aprendi com meus relacionamentos anteriores e não aprendo, não consigo aprender mesmo. Continuo me doando, colaborando, amparando, correndo atrás e não meço esforços para ajudar meus amigos e a quem amo. O problema são as decepções subsequentes de parte dos que não nos valorizam, dos que usurpam o nosso nome, dos que não têm moral conosco, que se lixam para a vida alheia. Fiz 51 anos nesta semana e tive muitas alegrias com os meus verdadeiros amigos, os que estão próximos e os distantes. Laços de amizade e laços de Amor, em meu entendimento, construídos reciprocamente, têm uma representação semelhante a uma casa de joão-de-barro, cuja construção testemunho há três meses no alpendre de minha janela do quarto: o macho e a fêmea, juntos, sempre juntos, trabalham sem cessar, mas é preciso que haja chuva e condições metereológicas favoráveis para que eles possam deslocar terra molhada para o projeto de lar. Um relacionamento desafortunado é aquele de uma só via, unilateral, em que apenas um se doa, um só cultiva, um só cuida e apenas um antevê o futuro. Isso pode ocorrer em relações amorosas e de amizade, porque o Amor é um só e ele encarna entre amigos e entre amantes. A forma de modulá-lo e a produção de linguagem que cada caso exige fica por conta dos agentes envolvidos. Sou uma Amiga, com maiúscula, que fala em Amor e que age com Amor. Nesta semana, ouvi de vários de meus amigos mais antigos que eles me amam. Do mesmo modo, respondi-lhes com a mesma matéria-prima e, mais uma vez, confirmei que também lhes dedico Amor: validação de afetos! Pode parecer piegas este meu texto de hoje; todavia, é preciso que se produza linguagem sobre isso e que ela mesma exorcize as mágoas e decepções que trazemos dentro de nós, para que novas pessoas sejam abençoadas pela nossa existência - única e insubstituível! Nada externo a nós pode nos ajudar, nada externo pode amenizar a violência de nossa tristeza e desesperança, senão o fizermos por nós mesmos, com uma força interna sublime e ancestral. Homo homini lupus, aquele que é o meu Lobo, que é o teu também, quem sabe, que aprenda a ser melhor pessoa, a cultivar amigos verdadeiros e a doar-se também!
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ResponderExcluirLindo texto. Só acrescentaria uma coisa. Que tb temos que aprender que o amor, para não haver decepções e frustrações, deve ser dado incondicionalmente e abnegadamente. Nunca devemos esperar nada em troca, pq o simples ato de amar já é a magia suficiente que deveria encher nosso coração. Os seres humanos são mto primitivos, mtos possuem uma condição energética mto baixa e não conseguem perceber e mto menos retribuir as coisas boas que recebem. Por isso, nós devíamos nos sentir satisfeitos pelo que damos, pelo que fazemos, pelo que sentimos, pq só podemos ser responsáveis por nós mesmos, pelo nosso lado. Caso contrário, iremos aculamar pela vida afora um baú cheio de expectativas frustradas e mal entendidas. Não podemos esperar sermos valorizados pq não iremos receber nenhum prêmio por nossas boas condutas. O fato delas serem boas já é o nosso prêmio. Isso pode ser claramente percebido numa relação de pai e filho, em que o pai deve amar incondicionalmente e abnegadamente seu filho, independente dele lhe dar valor ou suprir as expectativas que se espera dele. O amor deve existir pq ele deve bastar em si próprio, e não depender de outra pessoa. A gente ama pq simplesmente ama. Não devemos amar mais ou menos uma pessoa por ela ser mais ou menos o que gostamos ou o que aceitamos. O amor não pode variar conforme o nosso grau de satisfação com o próximo. Ele deve existir e crescer, ou diminuir, conforme a nossa capacidade de amar o próximo, e tb de perdoar.
ResponderExcluirNamastê.
Te amo
Mimo amado da mamãe, tu és maravilhosa! Obrigada, filha!
ResponderExcluirA grata sensação de ter um dedo enfiado na ferida e perceber que ela já não dói mais, virou apenas cicatriz. Mas tal situação possui prós e contras. De um lado há o aprendizado, o crescimento com a experiência. De outro, a cicatriz... um remendo que por mais que signifique que algo foi consertado, também significa que já não é mais o mesmo, nem tão belo quanto foi.
ResponderExcluirNa falta de reciprocidade é que as crenças vão se perdendo pelo caminho. E não bastam palavras para afirmar sentimentos, é necessário que hajam ações! Pois se fossem apenas as palavras proferidas provas de sentimentos, pessoas mudas seriam desprovidas de amor, e as falastronas, filhas de Afrodite.
Menos palavras e mais ações ao mundo... e ao amor.
Ótimo texto, minha amiga! A quem não necessito dizer verbalmente o que sinto, apesar de fazê-lo em momentos especiais, com muito prazer!
Que bela reflexão, Dany! Eu que acompanhei, testemunhei e te amparei em tua última experiência afetiva, sei do que tu falas.
ResponderExcluirNão concordo totalmente com o comentário de minha filha, acima do teu, ainda que o mesmo seja justo e lindo! Tenho o direito de criticar, de questionar, de cobrar e de odiar - e não abro mão disso! Posso até perdoar mais adiante, mas de sacanagem um mulher não esquece!
Ops, "uma" mulher! Sorry!
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ExcluirAdorei este texto sobre o amor, amor entre um casal, amor de mãe e filho, amor de amigos, do doar-se, do querer bem, do afeto e carinho, da admiração que um tem pelo outro, do desejo de estar sempre juntos ou do desejo de se ter alguém junto de ti. Enfim, muito obrigado Rô pelas lindas palavras e pela grande demonstração de amor por todos nós teu amigos e filhos, nós todos sabemos do grande amor que tu sentes por nós e tu sabes que a recíproca é verdadeira. Grande beijo!
ResponderExcluirIsso é da Lu Schmidt, enviado por email:
ExcluirLu Schmidt enviou o link de um blog para você:
"Exitem pessoas que amam incondicionalmente, só tem de encontra-las. Não adianta querer moldar quem não tem conteúdo, pois pessoas elevadas já nascem completas".
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ResponderExcluirFica realmente difícil fazer um comentário digno do texto, mas vamos lá. Adorei o jeito que falaste de amor: Puro e sincero! Descobri que tenho "sede" de ler textos assim, pra mim necessários e não piegas. As pessoas não veem, não compreendem a significância do amor, aliás, dificilmente encontro alguém que ama e entende o amor como um sentimento bom, que acrescenta e não algo em que "vou ganhar algo em troca". Até mesmo entre os amigos, as pessoas parecem estar sempre a espera do mal com sua mania de julgar, classificar e entender tudo sobre o mundo a partir de sua própria realidade. É complicado dar ou receber até mesmo um abraço por conta do que os "outros vão pensar" e ficam nesse eterno e sem graça apertos de mão. Principalmente se tratando de amizade entre homem e mulher. Ah! Eu não suporto... sempre fui Amiga e Amante por inteira, é uma pena que alguns não conseguem sentir a maravilha que é amar, sem maldade, sem desvaneio, sem esperar nada em troca. Mas como quem ama, simplesmente ama, sigo na eterna busca (e espera) por aqueles que fazem valer a pena. E já encontrei alguns! Beijos, Rô!
ResponderExcluirNem sempre a poesia está de acordo com as posições que tomamos, em que, "Depois de algum tempo, você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas.[...] Simples balela de um poeta? E quem sabe! E se sabe, faz diferença? Não! Creio que é nessa parte, nesse campo do impalpável, que é o amor, nossos desejos tiram sarro da nossa sanidade.
ResponderExcluirConcordo, em parte, com 'Os dragões não conhecem o paraíso.' [...]os homens precisam da ilusão do amor da mesma forma que precisam da ilusão de Deus. Da ilusão do amor para não afundarem no poço horrível da solidão absoluta; da ilusão de Deus, para não se perderem no caos da desordem sem nexo. Não é por nada que tais ilusões destruíram e deturparam milhões de existências. Nestes momentos a tal Náusea de Sartre, me parece tão convidativa. Melhor um vazio, que um recheio de porcaria!
Contudo, Shakespeare me parece razoável ao dizer...que quando o ancoradouro se torna amargo a felicidade vai aportar em outro lugar;
e é bem isso Rô, o ancoradouro era fel, e esse novo que a vista abrange, gerador de angústia, é só uma existência indecifrável mostrando sua face, aos olhos de alguém forte o suficiente para, se não decifrar, o que provavelmente não é para o homem, mas sim abraçar o indecifrável. Como mesma disse, Homo Homini Lupus, esse lobo assusta, mas cada arreganhar de dentes vai dando a conhecer suas infindas personas.
E que seja doce...muito doce
Abração Rô..
p.s. passei no revisor de português...haha... :)
Que massa, Angela! Adorei o eu comentário! Que bom que leste os meus posts no blog. Tenta me seguir porque posto todas as semanas. Não vivo mais sem isso, sem as redes, meus brinquedinhos, pelos quais mantenho contato com muita gente boa, as que valem a pena, as que não me depauperam! Um beijo!
ExcluirOps, "teu" comentário!
ExcluirAcompanharei sim!
ExcluirComo lhe disse, acho o maximo.
Não é todo mundo quem consegue escrever sem medo para o mundo.
E é isso ai, as que te empobrecem, arreda bem bonito com elas. Pois não devem, e não merecem, fazer parte da tua vida.
Beijão
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ResponderExcluirObrigada, Angela! Vamos nos falando! Abração!
ResponderExcluirEdü Mandelli
ResponderExcluirOi Rô! Que palavras lindas essas... Me surpreende o fato de vc se dizer agnóstica e cética, mas entender e viver tão bem essa essência puramente espiritual do Amor. Quando se ama a tudo e a todos, se está com Deus. Okay, assim como vc não quis ser piegas no texto, tbm não quero parecer religioso nesse comentário. Não sei se você sabe, mas sou extremamente fã da Alanis Morissette. Foi através da música dela que cheguei ao rock and roll. Posso escrever várias linhas sobre as qualidades dela, mas vou me abster a apenas te indicar uma música dela em que ela fala sobre seu entendimento a respeito do Amor, um esclarecimento que ela teve em um determinado momento de sua vida. Vê aí no link a letra. Da mesma forma, é a forma como eu entendo o Amor. Espero que você goste: http://www.vagalume.com.br/alanis-morissette/you-owe-me-nothing-in-return-traducao.html
Lindo, Duu! Obrigada pelo link! Vou ouvi-la com atenção! Um beijo!
ResponderExcluirRazão e Sensibilidade, estas são as duas palavras que me fazem lembrar você Rô, independente de ideologias , vejo em suas linhas e ouço em sua falas: coragem, força e uma lucidez admirável. Afinal, quem tem medo do Amor? Quem pode ensinar o jeito certo ou errado de amar? Feliz é o Louco que grita seu amor e sua dor aos quatro ventos, este sim é livre!Beijo!
ResponderExcluirObrigada, Sheyla, pelo teu comentário e por me leres no blog. Um grande abraço!
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ResponderExcluirRô, hoje sinto-me assim pensante do Mundo, meio romântica e observadora das coisas mais pequenas. Como recomendado vi o texto, e acabo por me ver um pouco no mesmo meio, ainda sou novinha mas já errei tanto por coisas sem nexo mas principalmente por amar demais tais pessoas. Tenho uma família que amo, amigos que amo e sou feliz por isso. Agradeço então este bonito e inspirador texto, que tornei a ler 3 vezes mais.
ResponderExcluirUm grande beijo e continua postando e inspirando os demais.
Obrigada, Fi! Pensar que tu moras em Lisboa e que não nos conhecemos, mas há meses nos falamos, é muito legal! Um beijo do além-mar!
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